A UERJ pede socorro
Após a queda de um bloco de concreto de dez toneladas do 12º andar do campus Maracanã, os trabalhadores e estudantes da Universidade do Estado do Rio de janeiro (UERJ), ameaçados em sua integridade física, resolveram no dia 03 de abril
Publicado 26/04/2006 20:50 | Editado 04/03/2020 17:06
Em seus quase oito anos de governo no Estado do Rio de Janeiro Rosinha-Garotinho implementou uma política de recursos mínimos de custeio para UERJ com cortes sistemáticos no seu orçamento. Ao fazê-lo e entendendo que vivemos em uma sociedade capitalista globalizada, onde o domínio da ciência e da tecnologia é um instrumento de poder, este governo estadual contribuiu de maneira direta para o aprofundamento das desigualdades entre países ricos e pobres. Ao desprezar o desenvolvimento nacional da ciência e da tecnologia que tem na Universidade Estadual do Rio de Janeiro durante os seus 55 anos de existência, um pólo do pensamento crítico e avançado, Rosinha-Garotinho se associa com aqueles que têm o interesse de manter a situação do nosso país dependente em uma área fundamental para um modelo de desenvolvimento nacional.
Infelizmente, nestes longos anos, a opção do governo estadual tem sido, muitas vezes, pautada por políticas públicas pobres e assistencialistas que trazem benesses eleitoreiras imediatas e não avançam no pensamento crítico libertador da consciência social de todas as amarras do obscurantismo sejam eles de fundo político ou religioso.
Ao propor para a Universidade um corte de 25% do seu orçamento, já insuficiente para seu custeio (um dado curioso: para ajudar a alcançar esta meta o Governo Estadual propôs que a UERJ deveria fazer a troca da guarda terceirizada pelos guardas “jovens pela paz”), Rosinha-Garotinho demonstra seu desrespeito com a sociedade civil. Nos jornais o Secretário de Ciência e Tecnologia chegou afirmar que a Universidade vive o seu melhor momento. A insensibilidade das propostas e declarações têm trazido para a comunidade da UERJ um sentimento de indignação e de unidade entres seus diversos segmentos. A luta agora passa pela sobrevivência de uma das mais importantes universidades deste país e que precisa ser respeitada.
Os trabalhadores e estudantes da UERJ ao ver a campanha publicitária do governo estadual nos principais meios de comunicação podem afirmar que realmente houve crescimento durante os anos de Rosinha-Garotinho. Crescimento nos cortes das verbas públicas estaduais para a ciência e tecnologia, crescimento na desvalorização dos trabalhadores através dos cinco anos sem reajuste salarial e da demora na implantação do Plano de Cargos dos técnico-administrativos, crescimento da deterioração das condições de estudo e por fim, o crescimento do descaso com a sociedade civil que recebe diretamente da Universidade os serviços por ela produzidos.
*José Arnaldo é Secretário Municipal de Formação e Propaganda do Comitê Municipal do PCdoB-Rio e funcionário técnico-administrativo da UERJ.