A UERJ pede socorro

Após a queda de um bloco de concreto de dez toneladas do 12º andar do campus Maracanã, os trabalhadores e estudantes da Universidade do Estado do Rio de janeiro (UERJ), ameaçados em sua integridade física, resolveram no dia 03 de abril

Em seus quase oito anos de governo no Estado do Rio de Janeiro Rosinha-Garotinho implementou uma política de recursos mínimos de custeio para UERJ com cortes sistemáticos no seu orçamento. Ao fazê-lo e entendendo que vivemos em uma sociedade capitalista globalizada, onde o domínio da ciência e da tecnologia é um instrumento de poder, este governo estadual contribuiu de maneira direta para o aprofundamento das desigualdades entre países ricos e pobres. Ao desprezar o desenvolvimento nacional da ciência e da tecnologia que tem na Universidade Estadual do Rio de Janeiro durante os seus 55 anos de existência, um pólo do pensamento crítico e avançado, Rosinha-Garotinho se associa com aqueles que têm o interesse de manter a situação do nosso país dependente em uma área fundamental para um modelo de desenvolvimento nacional.

Infelizmente, nestes longos anos, a opção do governo estadual tem sido, muitas vezes, pautada por políticas públicas pobres e assistencialistas que trazem benesses eleitoreiras imediatas e não avançam no pensamento crítico libertador da consciência social de todas as amarras do obscurantismo sejam eles de fundo político ou religioso.

Ao propor para a Universidade um corte de 25% do seu orçamento, já insuficiente para seu custeio (um dado curioso: para ajudar a alcançar esta meta o Governo Estadual propôs que a UERJ deveria fazer a troca da guarda terceirizada pelos guardas “jovens pela paz”), Rosinha-Garotinho demonstra seu desrespeito com a sociedade civil. Nos jornais o Secretário de Ciência e Tecnologia chegou afirmar que a Universidade vive o seu melhor momento. A insensibilidade das propostas e declarações têm trazido para a comunidade da UERJ um sentimento de indignação e de unidade entres seus diversos segmentos. A luta agora passa pela sobrevivência de uma das mais importantes universidades deste país e que precisa ser respeitada.

Os trabalhadores e estudantes da UERJ ao ver a campanha publicitária do governo estadual nos principais meios de comunicação podem afirmar que realmente houve crescimento durante os anos de Rosinha-Garotinho. Crescimento nos cortes das verbas públicas estaduais para a ciência e tecnologia, crescimento na desvalorização dos trabalhadores através dos cinco anos sem reajuste salarial e da demora na implantação do Plano de Cargos dos técnico-administrativos, crescimento da deterioração das condições de estudo e por fim, o crescimento do descaso com a sociedade civil que recebe diretamente da Universidade os serviços por ela produzidos.

*José Arnaldo é Secretário Municipal de Formação e Propaganda do Comitê Municipal do PCdoB-Rio e funcionário técnico-administrativo da UERJ.