Tasso anula coligação do PSDB com Requião no PR

O deputado estadual Valdir Rossoni, presidente do PSDB do Paraná, anunciou nesta sexta-feira (30), durante a convenção do PDT, que a executiva nacional do partido anulou a aliança dos tucanos com o PMDB do governador Roberto Requi&ati

Azedaram as relações entre o tucanato e o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB). Em convenção realizada na noite passada, o PSDB do Paraná aprovou uma coligação formal com Requião, candidato à reeleição. Acomodou-se na vice de Requião o deputado estadual tucano Hermas Brandão. Em ofício enviado há pouco para o diretório do PSDB do Paraná, Tasso Jereissati, presidente do partido, anulou o resultado da convenção.

A anulação foi feita sob o pretexto de que Requião, amigo de Lula, não assumiu o compromisso de apoiar o presidenciável tucano Geraldo Alckmin. O pedido de intervenção da direção nacional foi encaminhado a Brasília na manhã desta sexta-feira pelo advogado João Graça, ligado ao deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR).


Antes de anular a convenção, Tasso conversou por telefone com Álvaro Dias, candidato do PSDB ao Senado. Ele se posicionou favoravelmente à anulação. E Tasso bateu o martelo. O resultado da convenção foi apertado. A diferença foi de escassos cinco votos: 205 convencionais tucanos votaram a favor da coligação com Requião; 200 posicionaram-se contra. No recurso encaminhado a Tasso, o advogado João Graça anexou várias declarações de Requião de que manteria no Paraná uma posição de neutralidade em relação à disputa presidencial.

O advogado lembrou que o PSDB tem direito a cerca de 1.000 inserções publicitárias no rádio e na TV. Informou que há no Paraná 31 emissoras de TV e 310 de rádio. Assim, Requião ganharia 31.000 minutos na TV e 310 mil minutos no rádio para falar bem de si mesmo sem fazer uma única menção a Alckmin. Os argumentos sensibilizaram a direção nacional.

Liderada pelo tucano Hermas Brandão, presidente da Assembléia Legislativa do Paraná, a ala do PSDB ligada a Requião pode recorrer à Justiça para tentar manter o resultado da convenção. Caso prevaleça a anulação determinada pela direção nacional, o PSDB vai às urnas no Paraná sem candidato ao governo. Uma ala fará campanha para Osmar Dias (PDT), irmão de Álvaro Dias, candidato tucano ao Senado. Outro grupo fará campanha para Requião. Mas nenhum dos candidatos poderá usar o tempo a que o partido tem direito na propaganda eleitoral.

Com a anulação determinada por Tasso, o PSDB pode ter evitado que Requião utilize o tempo de propaganda do PSDB para fazer campanha disfarçada de Lula. Mas, concretamente, Geraldo Alckmin ficou sem palanque no Paraná. Lula, além do apoio político de Requião, terá do petista Flácio Arns, que disputa o governo paranaense coligado ao PL e ao PCdoB.

Fonte: Blog do Josias