Chávez sinaliza rompimento formal da Venezuela com Israel

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse nesta terça-feira que “o mais provável” é que seu governo rompa relações diplomáticas com Israel, em protesto contra a ofensiva militar no Líbano.

“Nós retiramos nossos representantes diplomáticos do Estado de Israel e eles retiraram seu embaixador. O mais provável é que nos próximos passos vamos romper relações diplomáticas”, disse Chávez.



O embaixador venezuelano em Israel foi chamado de volta a Caracas na semana passada. Em resposta, o representante israelense na Venezuela foi chamado de volta na segunda-feira.



Chávez diz não ter “nenhum interesse em manter relações diplomáticas, nem escritórios, nem comércio, nem nada como um Estado como Israel”, o qual acusou de estar cometendo genocídio em sua atual ofensiva militar.



Israel, por sua vez, manifestou sua preocupação pelo que o governo de Ehud Olmert considerou uma aliança da Venezuela “com os elementos mais radicais da região”.



Viagem ao Irã



Chávez recentemente visitou o Irã, onde acusou Israel de “terrorismo e facismo puro” e foi recebido pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad, que anteriormente defendeu que Israel fosse “varrido do mapa”.



A aproximação de Chávez com o Irã provocou protestos de Israel. O Irã é acusado de financiar e armar o grupo militante libanês Hezbolá, ao qual Israel combate no atual conflito.



As autoridades venezuelanas afirmaram que, apesar da crise diplomática, o país seguirá respeitando os direitos da comunidade judaica na Venezuela.



No fim de semana, Chávez já havia elevado o tom de suas críticas a Israel, acusado o Estado judeu de cometer “um novo Holocausto”.



“Israel enlouqueceu. Está atacando, fazendo a mesma coisa ao povo palestino e libanês pela qual criticaram – e com razão – o Holocausto. Mas este é um novo Holocausto”, disse Chávez.