PF e procurador não têm indícios contra Freud
A Polícia Federal não tem indícios do envolvimento do ex-assessor da Presidência Freud Godoy na compra, por petistas, de um dossiê contra tucanos. Caso o inquérito fosse encerrado hoje, a PF não indiciaria Freud. Até mesmo o procurador da República Mário
Publicado 04/10/2006 14:47
Desde o segundo depoimento de Freud à PF, na última sexta-feira, Avelar revelou que não encontrou até agora elementos para acreditar na participação do ex-assessor de Lula, segundo o jornal Folha de S. Paulo noticiou apenas nesta quarta-feira (4). O procurador disse que, caso a Justiça não cassasse o mandado de prisão contra Freud antes da restrição da lei eleitoral que impediu que a decisão fosse cumprida na semana passada, ele mesmo o solicitaria.
No dia 19 de setembro, a mesma Folha de S. Paulo noticiou a acusação contra Freud em manchete. Já a declaração da inocência não mereceu nem sequer uma linha na capa.
Frase de Gedimar é a única ligação
Não precisou. Na última sexta, liminar do juiz do TRF da 1ª Região Tourinho Neto cassou a ordem de prisão temporária de Freud e dos outros cinco petistas envolvidos com o caso — todas a pedido do procurador.
A única ligação de Freud com o caso é a mesma do início: em depoimento à PF, Gedimar Passos, um dos petistas presos com o R$ 1,7 milhão para a compra do dossiê, disse que o pagamento teria sido feito ''a mando de uma pessoa chamada Froude ou Freud''. A PF não sabe dizer por que Gedimar teria citado o nome do então assessor de Lula.
Investigação confirma o depoimento
O que a PF descobriu nas investigações até aqui bate com os dois depoimentos de Freud, o primeiro deles espontâneo. A perícia nos celulares de Gedimar e de Valdebran Padilha foi concluída, e revelou telefonemas entre o primeiro e o ex-assessor da Presidência, mas todos os contatos foram em agosto, mês em que a empresa da mulher de Freud prestou serviços de varredura antigrampos telefônicos no comitê de reeleição de Lula e na sede do diretório nacional do PT, em Brasília.
Ao depor, o próprio Freud se referiu aos contatos com Gedimar para tratar dos serviços. Os dados que surgiram da quebra do sigilo dos telefones apreendidos tampouco comprometem Freud até o momento, mas esta parte da investigação não está encerrada.
PF continua a atuar no caso
Segundo a PF, o fato de não haver até agora elementos consistentes contra Freud não o inocenta ainda no caso, pois a investigação continua, frisa o jornal paulista. Caso surja algo que o comprometa, ele poderá voltar a depor e ter sua prisão solicitada de novo.
Freud Godoy foi julgado sumariamente culpado pela mídia anti-Lula a partir da declaração de Gedimar. Ele seria o elo ligando o Palácio do Planalto e o presidente Lula à tentativa de compra de um dossiê ligando o ex-ministro José Serra, agora governador eleito de São Paulo, à máfia das ambulâncias, tentativa frustrada por uma operação da PF.
Com Folha de S. Paulo