Eleição redefine força das tendências internas do PT

O bloco nucleado pela Articulação e chamado até 2005 de Campo Majoritário ganha força na bancada petista na Câmara: passou de 42 para 49 deputados federais. Já as tendências da esquerda do PT recuaram na mesma proporção. A nova correlação de forças intra-

Os petistas com voto difuso, “de opinião”, em geral tiveram maiores dificuldades eleitorais. O melhor exemplo talvez seja o de Luiz Eduardo Greenhalgh, que em fevereiro do ano passado chegou a disputar a presidência da Câmara com Severino Cavalcanti (PP): com 67 mil votos em São Paulo, Greenhalgh ficou na sétima suplência de uma coligação que elegeu 15 deputados.



Em contraposição, ganharam força as candidaturas com base em redutos eleitorais bem definidos, em especial com o apoio de prefeituras. Janete Pietá, por exemplo, uma estreante na Câmara porém esposa do prefeito de Guarulhos, Elói, teve 117 mil votos e a oitava maior votação da coligação PT-PCdoB em São Paulo.



Ex-Campo Majoritário recupera maioria



O bloco da Articulação tem 42 dos 81 deputados federais petistas na legislatura que se encerra. Agora passou para uma posição mais cômoda: 49 votos em uma bancada de 83. A maioria passou de 51,8% para 59,0%.



Isto pode significar que passou o aperto na correlação de forças que levou a Articulação a apoiar a escolha, para líder da bancada, de Henrique Fontana, de uma tendência local gaúcha afinada com a Articulação de Esquerda. O quase empate ficou explicitado no segundo turno da eleição interna petista de setembro de 2005, em que Ricardo Berzoini, da Articulação, venceu Raúl Pont, da Democracia Socialista, por apenas 7 mil votos num universo de 230 mil eleitores.



Esquerda do PT cai de 22 para 16 federais



Enquanto o ex-Campo Majoritário recuperou a maioria na bancada, as tendências da esquerda petista cairam de 22 para 16 deputados federais, ou de 27,2% para 19,3% do total. O recuo atingiu indistintamente as diferentes tendências da chamada esquerda, das maiores — Democracia Socialista e Articulação de Esquerda — às menores — Tendência Marxista (TM), Brasil Socialista (BS), Fórum Socialista (FrS).



A tendência Movimento PT, vista como uma força de centro no debate interno petista, manteve oito cadeiras, ou 9,7% da bancada. Entre estes está o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia, o mais votado da coligação em São Paulo (170 mil votos), à frente de Aldo Rebelo, do PCdoB (169 mil votos).



A bancada se completa com os deputados independentes, não alinhados com nenhuma das tendências petistas, que permaneceram estáveis: dez deputados.



Com agências