Requião amplia palanque pela esquerda no Paraná

Depois de o presidente estadual do PCdoB Milton Alves ter anunciado na semana passada o apoio oficial do partido à reeleição do governador do Paraná licenciado Roberto Requião (PMDB), nesta segunda-feira foi a vez do Partido dos Trabalhadores fazer o mesmo.

Dirigentes, parlamentares, sindicalistas e militantes do PT e do PMDB realizaram um ato político para sacramentar o acordo de apoio mútuos dos dois partidos neste segundo turno. O evento também reuniu membros do PCdoB e setores do PTB e PPS.

O presidente estadual do PT, deputado federal eleito André Vargas, disse que o acordo é político e eleitoral – e recíproco – para reeleger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador do Paraná Roberto Requião. “Não queremos que o Brasil e o Paraná voltem atrás, aos tempos de FHC e Jaime Lerner”, discursou o petista, lembrando ser fundamental a união dos partidos de esquerda para a batalha do próximo dia 29 de outubro.

Já Milton Alves, presente no ato realizado na sede do PMDB, afirmou que o apoio do PCdoB a Requião é político, programático e ideológico.

“Temos uma afinidade política e ideológica com o governador Requião e temos plena concordância com o programa de gestão em andamento”, disse o dirigente do PCdoB, para quem “Requião faz um governo voltado aos pobres e aos que mais precisam do Estado para viver com dignidade”.

Na avaliação do presidente do PCdoB, a eleição de Requião é fundamental para a manutenção dos programas sociais em andamento como a tarifa social da água, a redução de ICMS para a microempresa e o luz fraterna, dentre outros.

Para ele, uma hipotética eleição da oposição representaria uma marcha à ré na história e a volta ao poder do lernismo que privatizou o Banestado, tentou vender a Copel e a Sanepar. “A turma da privataria quer voltar ao poder para vender o patrimônio público e acabar com as conquistas sociais do povo paranaense”, salientou Milton Alves.

No próximo sábado, dia 21, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de um comício em Curitiba, às 11 horas, na Boca Maldita. A expectativa é de que seja um dos maiores eventos políticos ocorridos na região Sul durante estas eleições. Também será a primeira vez que a candidatura do governador Roberto Requião sairá às ruas “vitaminada” pelas militâncias do PT e do PCdoB, principalmente.

Segundo Gleisi Hoffmann (PT), que disputou o Senado Federal com o apoio do governador e do PMDB paranaenses, a união das militâncias e das forças populares e democráticas em apoio Requião poderão aproximar o governador peemedebista da candidatura de Lula. “Pode ser que o Requião anuncie seu apoio a Lula durante o comício na Boca Maldita”, informou ela, mas o presidente do PT, André Vargas, garantiu que não há cobrança de uma reciprocidade pessoal de Requião em relação à candidatura de Lula. “O Requião precisa ganhar a eleição no Paraná”, desconversou.

O acordo eleitoral foi colocado em ata e assinada pelos presidentes Dobrandino da Silva, do PMDB, e André Vargas, do PT, e pelos secretários-gerais, Luiz Claudio Romanelli (PMDB) e Marcio Pessati (PT).  A ata será registrada no TRE.