Para Alckmin, segundo governo Lula “acaba antes de começar”

“Se o presidente Lula for reeleito, (o governo) acaba antes de começar”, previu o presidenciável tucano Geraldo Alckmin nesta quarta-feira (18), referindo-se ao seu concorrente que aparece na última pesquisa Datafolha com 19 pontos de vantagem. A frase fo

Alckmin fez a afirmação durante uma sabatina promovida em Brasília pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). “Se o presidente Lula for reeleito, (o governo) acaba antes de começar. No dia seguinte, começa a discutir 2010. Vamos pensar no futuro. Por que perder quatro anos? Nosso tempo é da mudança, da velocidade”, indagou.



O candidato tucano precedeu a afirmação de uma referência pouco lisongeira ao seu próprio segundo mandato de governador, em São Paulo (2003-2006): “Já fui reeleito. Reeleição é um pouco mais do mesmo.”



Busato outra vez critica Lula



O presidente da OAB, Roberto Busato, abriu a sabatina com uma crítica a Lula, que declinou do convite para ser também sabatinado. “Estranhamos e lamentamos a decisão do presidente Lula, que foi um amigo desta casa, que lhe deu guarida e abrigo quando ele foi perseguido. Ao recusar esta tribuna o presidente está frustrando a expectativa da cidadania”, disse.



Busato tem hostilizado Lula a ponto de defender repetidamente o impeachment do presidente, posição que não prosperou por ter sido rejeitada pelo Conselho Nacional da OAB. Lula enviou uma carta à Ordem, lida na ocasião, onde afirma que compromissos de campanha impediam sua presença.



Ataque à política externa



Alckmin abriu a sabatina com um longo discurso enfatizando a necessidade de crescimento econômico. Disse que a política fiscal do atual governo é “fraca”, a política cambial é “artificial”, a política monetária é “muito dura” e a taxa de investimento “está embicando”. Voltou a asseverar que não pretende privatizar a Petrobras ou o Banco do Brasil, enquanto acusava o PT de “privatizar” o Estado ao aparelhar as empresas públicas.



Outro ataque de Alckmin dirigiu-se contra a política externa. Esta, segundo ele, foi “fraca, dúbia e submissa” em relação à Bolívia — quando o país vizinho nacionalizou sua indústria de petróleo e gás. Para Alckmin, a “submissão” de Lula à Bolívia do presidente Evo Morales tem como conseqüência um aumento da insegurança jurídica na região da América Latina.



O debate durou cerca de duas horas. Após sua exposição inicial, Alckmin foi sabatinado por cinco conselheiros federais da OAB – um para cada região do país – e mais dois ex-presidentes nacionais que são membros honorários vitalícios da Ordem.



Com agências