Deputado tenta evitar arquivamento de processo da queima de arquivo da ditadura

Surpreso com a divulgação da notícia de arquivamento, pela segunda vez, do inquérito que investigava a queima de documentos secretos, incinerados da Base Aérea de Salvador, ocorrido em 2004, o depu

''Decorridos quase dois anos do referido episódio, sem que houvesse qualquer conclusão quanto à autoria e a responsabilidade do crime, a sociedade é surpreendida por esta decisão'', questiona o parlamentar.



 Indignado com a notícia, Daniel afirma: ''O golpe militar é uma ferida em processo lento de cicatrização, por isso a sociedade brasileira, em especial as famílias dos desaparecidos e torturados, tem o direito de saber o motivo do arquivamento deste processo''. E conclui, ''não dar continuidade às investigações significa perder a possibilidade de ter esclarecida uma parte importante e ainda obscura da nossa história''.


 


No requerimento, o parlamentar que denunciou em primeiro mão na época a queima de arquivos na Base Aérea de Salvador ,propõe que sejam convidados a prestar esclarecimentos, o ministro Waldir Pires, da Defesa, o secretário especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuch, o ministro Tomaz Bastos, da Justiça e representantes da Polícia Federal. A expectativa do deputado baiano é de que esta audiência ocorra ainda este ano. O documento deverá ser analisado e votado na sessão ordinária da Comissão, que acontece amanhã (22/11), à tarde.


 


Em 12 de dezembro de 2004, o programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão exibiu uma reportagem especial trazendo denúncias sobre incineração de documentos do período da ditadura militar na Base Aérea de Salvador. Na referida matéria foram mostrados os restos de 78 fichas, prontuários e relatórios produzidos ou recebidos pela Base Aérea. Os documentos se referem ao período da ditadura militar instalada a partir de 1694.