PCdoB RS faz ato em homenagem aos “Mártires da Lapa”

O PCdoB realiza nesta sexta (15), ato em memória aos Mártires da Lapa. Trata-se de uma homenagem aos dirigentes do partido que foram mortos pelo exército, no dia 16 de dezembro de 1976, no episódio que ficou conhecido como “Chacina da Lapa”, quando par

A fotografia que será inaugurada no auditório que já leva o nome “Mártires da Lapa”, na Sede Estadual do PCdoB, retrata um momento de alegria. Talvez o primeiro em muitos anos para centenas de brasileiros que ousaram enfrentar o regime militar e lutar por liberdade e  democracia no Brasil dos obscuros anos 60 e 70 do século passado. Era 1979 e, com a anistia, o retorno à Patria de muitos dos seus filhos. Lá estava Maria a espera de seus companheiros, abraçando um senhor chamado João. Era João Amazonas, presidente nacional do PCdoB, de volta do exílio. Era justamente João Amazonas, segundo relatos históricos, quem os militares realmente procuravam na não muito distante tarde de 16 de dezembro de 1976. O PCdoB ficou clandestino ainda, até 1985.


 


A Chacina da Lapa, como ficou conhecido o trágico episódio, vitimou os dirigentes do PCdoB, Angelo Arroyo, Pedro Pomar e José Drummond. Foi um dos atos mais bárbaros do período final da ditadura no Brasil e teve grande repercussão. A gaúcha Maria Trindade, na época, era responsável pela infra-estrutura das reuniões do Comitê Central, então na clandestinidade. Ela estava presente durante a investida dos militares e foi a única sobrevivente. Foi presa, torturada, mas resistiu e jamais fraquejou diante das brutalidades as quais foi submetida na prisão.Outros importantes dirigentes do Comitê Central do partido, como João Amazonas e Renato Rabelo, só escaparam porque estavam em viagem à China.


 


Reconhecimento histórico


O PCdoB, ao registrar os 30 anos deste fato, busca chamar a atenção para a necessidade da inclusão do episódio na historiografia oficial do país, como um dos últimos fatos que, pela repercussão, ajudaram a criar as condições e mobilização da opinião pública para o fim do período ditatorial, a exemplo do que foram os assassinatos de Wladimir Herzog e do operário Manuel Fiel Filho. Com este intuito, as lideranças do partido, a deputada federal eleita Manuela Dávila; o deputado estadual eleito, Raul Carrion e a deputada Jussara Cony, além do presidente estadual Adalberto Frasson, farão visita nesta sexta à tarde, ao chefe do Departamento de História da UFRGS, Professor Luiz Dário Teixeira Ribeiro, para apresentar registros históricos sobre o episódio e demarcar a importâncìa do fato na história recente do país, junto ao meio acadêmico.


 


A inauguração da fotografia será às 11h, na sede do Comitê Estadual do PCdoB – Av. Cristóvão Colombo, 950.


 


Clomar Porto