Aldo confirma candidatura apesar do apoio do PSDB a Chinaglia

O presidente da Câmara Aldo Rebelo (PCdoB-SP) decidiu manter sua candidatura à reeleição apesar de o PSDB ter definido nesta quinta-feira apoio ao candidato petista Arlindo Chinaglia (SP). Aldo aposta que o anúncio feito pelo líder do PSDB, Jutahy Juni

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), reafirmou que não recua da candidatura à reeleição apesar do apoio anunciado nesta quinta-feira (11) pelo PSDB a Arlindo Chinaglia (PT-SP), candidato do PT.


 


Perguntado sobre a influência do apoio formal do PSDB a seu adversário na disputa, Aldo Rebelo, com o humor de sempre, brincou: ''tenho de trabalhar, porque voto entra na urna é de um em um, e não em cacho feito banana ou feito uva''.


 


Aldo Rebelo disse que não foi surpreendido pela decisão anunciada pelo líder do PSDB. Ele comparou a estratégia adotada pelo comando de campanha do petista Arlindo Chinaglia à “Operação Barbarossa”, desencadeada pela Alemanha nazista, em 1941, de invasão a União Soviética. Na ocasião, Hitler não contou com o forte inverno da região.


 


Esta operação (Barbarossa) foi uma das maiores derrotas sofridas pelo exército do ditador Adolf Hitler. Cerca de 250 mil alemães não agüentaram o frio do inverno russo. Desgastados, o exército nazista sofreu o ataque do Exército Vermelho de Joseph Stalin que evitou a tomada de Moscou. A maior derrota, entretanto, ocorreu em Stalingrado, quando Hitler decidiu, então, retirar suas tropas de União Soviética.


 


Segundo Aldo Rebelo, a última batalha (a votação em plenário) será como a de Stalingrado, quando os nazistas depois de várias ofensivas foram obrigados a retirar-se da União Soviética. “Nós estamos num terreno que nos é muito favorável. Nossos adversários desencadearam uma espécie de “Operação Barbarossa” com muitas divisões em campo mas nós estamos preparados para enfrentar. A eleição é no dia 1º de fevereiro e neste dia temos confiança e convicção na vitória. Esta marcha vai chegar a 1º de fevereiro”.


 


O deputado fez consultas à bancada do PCdoB e ao líder do PFL Rodrigo Maia (RJ), além de outros aliados, e concluiu que o apoio anunciado por Jutahy não define o jogo em favor de Chinaglia. ''Não há nenhum motivo para recuo. O PFL vai com Aldo até o fim'', confirmou Rodrigo Maia.


 


A aliados, Aldo disse ontem (11) que recebeu telefonemas de deputados do PSDB contrários à postura do líder do partido de anunciar apoio a Chinaglia. Para Aldo, a atitude reflete muito mais um ''acordo regional'' dos tucanos com o PT em alguns estados, como Bahia, Minas Gerais e São Paulo. Nestes etados, o PT prometeu garantir apoio a candidatos tucanos para presidir as respectivas assembléias legislativas, em troca, os governadores destes estados orientariam as bancadas federais sobre as quais têm influência a votar no candidato petista à Câmara.


 


 


Deputados do PSDB não concordam com decisão


 


O anúncio do apoio tucano a Arlindo Chinaglia provocou uma divisão no PSDB. O deputado eleito Paulo Renato Souza (PSDB-SP) já protocolou junto à direção do partido requerimento para que a decisão seja tomada em reunião da bancada.


 


“Quando saímos do PMDB e fundamos o PSDB foi justamente porque as decisões não eram tomadas de forma democrática e não podemos aceitar esta que foi uma decisão não democrática. Esta decisão foi uma incompreensão do momento vivido pelo Congresso e representa uma ponte para o autoritarismo”, afirmou o parlamentar.


 


A decisão foi tomada pelo líder do partido após consultas telefônicas aos 65 parlamentares da bancada. Paulo Renato disse ter conversado com  parlamentares, ontem e hoje, que demonstraram “profunda insatisfação” com o mecanismo de escolha adotado por Jutahy Júnior.


 


Paulo Renato estranhou o fato de o líder tucano ter marcado uma reunião da bancada para o dia 31 de janeiro e, agora, anunciou o apoio oficial do PSDB a Chinaglia. “Ele não tem autonomia para tomar uma decisão como esta, mesmo porque não será mais líder em 1º de fevereiro”, argumentou.