França: Conservador lança campanha sob ataque dos socialistas
Enquanto Nicolas Sarkozy – candidato ao Palácio do Eliseu pelo partido União por um Movimento Popular (UMP) – lançou nesta segunda-feira (15/12) sua campanha, os socialistas negaram que seu adversário conservador esteja “mudado” e o acusaram de querer con
Publicado 15/01/2007 21:06
A primeira jornada do candidato nas presidenciais de abril e maio incluiu a inauguração do comitê central de sua campanha, em um edifício de um bairro “popular” do 10º distrito, que abrigou as oficinas do costureiro Paco Rabanne. O prédio também fica perto do lugar que foi quartel-general do presidente, Jacques Chirac, em sua campanha pela reeleição em 2002.
Sarkozy já declarou que quer ser “o presidente do aumento do poder aquisitivo” – o mandatário que “colocará o trabalhador novamente no coração da sociedade”. Mas a moderação de seu projeto, a humanização de sua figura, sua mensagem às classes populares e sua menção a ícones da esquerda provocaram irritação e certa inquietação nas fileiras de sua oponente socialista, Ségolène Royal.
Além disso, os cartazes de campanha de Sarkozy e os utilizados pelo socialista François Mitterrand quando conquistou o Palácio do Eliseu, em 1981, são muito semelhantes. Nesta segunda, o líder do Partido Socialista (PS) e marido de Royal, François Hollande respondeu ao lançamento da campanha de Sarkozy afirmando que ele é o “candidato da direita” e da “continuidade”.
Também alertou que é um ser “perigoso” por “seu método de não ser responsável por nada, por sua política de recompensar apenas os vencedores, e por contar apenas com o apoio dos poderosos”. Na confraternização de Ano-Novo com a imprensa, Hollande chamou de “arsenal habitual dos conservadores” as propostas econômicas e sociais do candidato da UMP, que, segundo pesquisa divulgada hoje, leva vantagem sobre Royal nas classes populares.
Nada de mudança
Hollande criticou “a limitação do direito de greve” (igualmente denunciada hoje pelos sindicatos), o “contrato único de trabalho” e a “extinção das 35 horas” de trabalho semanal, reforma que é símbolo do antigo governo de esquerda (1997-2002). O líder do PS negou que Sarkozy esteja “mudado”, como insistiu o candidato da UMP no domingo, e o acusou de querer “confundir o eleitorado”.
“Temos a dimensão da esperança depositada em nós e, ao mesmo tempo, das conseqüências que uma vitória da direita teria”, disse Hollande, para quem os socialistas largam com vantagem com uma candidata que “soube criar uma relação forte com os franceses”, um partido “unido e mobilizado”, além de um “projeto”.
Após citar como prioridades “essenciais” o emprego, o poder aquisitivo, a educação, a formação, o meio ambiente e a democracia, Hollande afirmou que o PS tem um “dever de vitória” e de “verdade”. A “imprecisão” do projeto econômico de Royal – que, segundo a imprensa, contrasta com a exatidão do de Sarkozy – se somou à recente confusão nas fileiras socialistas sobre a área tributária.
Hollande – cujo plano de subir os impostos dos que recebem um valor líquido mensal de mais de 4 mil foi desautorizado por Royal – disse que ela “decidirá” sobre os assuntos fiscais.