Para Fajardo obra do METROFOR é uma caixa-preta

O presidente da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro), Wagner Fajardo, disse que o metrô de Fortaleza é uma “caixa-preta”. Segundo Fajardo, o contrato feito entre o Metrofor e as construtoras não contava com um projeto básico, como no caso de São Paulo. “Eles fizeram um contrato de porteira fechada sem saber o que tinha na porteira. Uma obra que deveria ter um valor xis pode chegar a um valor bem maior. A previsão é que seria tudo em nível, depois mudaram. Além disso, eles construíram um túnel que não estava previsto no projeto anterior”, denuncia.

Para Fajardo, a situação do metrô de Fortaleza é “tão grave” quanto a de São Paulo. “Não há acompanhamento por parte do poder público. O risco não está descartado, pois o Metrofor e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) não têm um órgão autônomo que fiscalize as obras. O empreiteiro não pode se auto-fiscalizar. Tem de ser uma equipe do poder público para fiscalizar como está sendo investido o dinheiro do poder público. O metrô de Fortaleza é uma caixa-preta, pois não há informações sobre o seu funcionamento”.

A intenção da Fenametro, segundo o seu presidente, é que uma nova audiência pública seja realizada para tratar do assunto. “Há soluções mais baratas (para o metrô), mas elas não estão sendo aplicadas. Queremos fazer um seminário sobre o Metrofor”, disse.

O deputado estadual Guaracy Aguiar (PMDB) reforça as críticas da Federação. “Aprovei um requerimento que questionava qual destino teria sido dado aos recursos investidos no Metrofor. Eles nunca me responderam”, disse. Entre as questões levantadas pelo parlamentar está a da responsabilidade pelo atraso nas obras. “Por que as mudanças não foram feitas desde o início? Por que só foram feitas depois do projeto? Isso pode ter eliminado as chances de outros concorrentes no momento da licitação”.

O presidente do Metrofor, Rômulo Fortes, disse que a afirmação do presidente da Fenametro é uma falácia. “Nós nunca fomos procurados pela federação. O Metrofor é auditado pelo Tribunal de Contas do Estado e da União. Todo edital é publicado no Diário Oficial. Trabalhamos com muita transparência. Ele procurou a gente? Procurou o Ministério Público? Procurou a CBTU? Pesquisou nos meios de comunicação, na internet? A caixa-preta é a falta de informação dele”, declarou.

O procurador da República Alessander Sales também contesta a alegação de que o metrô de Fortaleza seria uma “caixa-preta”. Além de ressaltar o acompanhamento feito pelo Ministério Público Federal (MPF), ele citou o exemplo da fiscalização promovida pelo Tribunal de Contas da União (TCU). “Há empresas contratadas para fazer o controle (do Metrofor). Nenhuma informação nos foi omitida ou negada. Temos a maior transparência possível”, garantiu.

Fonte: O Povo