Após acidente, empresa de Caxias do Sul tem várias máquinas e setores interditados

A ação do Sindicato dos Metalúrgicos, em conjunto com o Ministério do Trabalho e Ministério Público, culminou na interdição de vários setores da empresa Metalcorte, unidade Fundição, de Caxias do Sul, que conta com 705 trabalhadores. A interdição foi s

Assim que o Sindicato tomou conhecimento do fato solicitou ao Ministério do Trabalho que fizesse uma auditória no setor de macharia, local onde ocorreu o acidente, que foi interditado de imediato. Foi constatado que a máquina tinha dispositivo de segurança ineficaz.


 


Conforme o advogado do Sindicato, Assis Carvalho, a perícia do Ministério do Trabalho comprovou que a empresa foi negligente ao instalar o equipamento de segurança na máquina que ocorreu o acidente. “O acidente foi exclusivamente culpa da empresa”, afirmou o advogado.


 


Desde sábado (3) a direção do Sindicato deu início a uma intensa mobilização, que culminou em assembléias na porta da empresa. Os trabalhadores decidiram paralisar as atividades até que sejam tomadas medidas para melhorar a segurança no trabalho eliminando os riscos.


 


Por conta da forte mobilização dos trabalhadores foi realizada uma audiência que envolveu o Sindicato,Ministério do Trabalho, Ministério Público e a empresa. Foi estabelecido que a empresa deverá garantir a segurança dos seus equipamentos. Haverá acompanhamento destas medidas por parte dos órgãos públicos, do Sindicato e trabalhadores.


 



Sindicato na luta pela vida



Conforme o vice-presidente do Sindicato, Leandro Velho, ''esta paralisação foi em defesa da vida. Estamos lutando pela vida dos trabalhadores. Não podemos permitir que a ganância pelo lucro coloque em risco à saude e à vida dos trabalhadores'' declarou. O vice–presidente disse também que a unidade dos trabalhadores e do Sindicato é importante para estender esta luta para outras empresas. “Além da Metalcorte, tem outras com problemas sérios de segurança, e o Sindicato vai atuar cada vez com mais energia para evitar que acidentes como este se repitam”, completou.   


 



Setores interditados


Todo o setor de esmerilhamento dos setores A e B – que está sem proteção. Todo o setor de fundição B – elevadores de carga para baldes de resina. Setor de vazamento I e II. A máquina causadora do acidente e mais cinco prensas iguais. Essas máquinas e setores foram interditados pelo Ministério Público do Trabalho e Ministério do Trabalho e Emprego. Isso representa mais da metade da Metalcorte/Fundição.


 


Estado de saúde do trabalhador


 


O trabalhador Edinei teve os braços e parte do crânio esmagados pela prensa. Está internado no Hospital da Unimed, em Caxias do Sul. Segundo boletim médico desta quinta-feira, seu estado continua grave.


 



Descaso da Metalcorte com os trabalhadores


 


Em menos de dois anos este é o quarto acidente grave que acontece na Metalcorte. Em 30 de outubro de 2006, Leandro Mabília, de 30 anos, trabalhador da unidade da Metalcorte São Ciro, teve o antebraço amputado. Ele estava em contrato de experiência e não teve orientações do perigo que corria.


Em outubro de 2005, César Augusto Jover, 36 anos, que trabalhava há 19 dias na Metalcorte, perdeu a vida tentando consertar uma peça da máquina para que a produção não parasse. Oito meses antes, Alflorino Ferreira, 35 anos, morreu consertando a máquina da fundição da mesma empresa.


 


Márcia Carvalho e Diva Andrade
De Caxias do Sul