Imprensa sensacionalista britânica perde leitores

A imprensa sensacionalista britânica está perdendo leitores a um ritmo muito mais rápido do que a “de qualidade”, segundo análise da empresa de assessoria OC&C Strategy Consultants citado pela revista The Economist.

As publicações sensacionalistas perderam em média 2,1% de leitores por ano entre 1984 e 2000. A partir de 2001, essa média aumentou para 2,6%.


 


Já a circulação de jornais considerados “sérios”, como The Times e The Guardian, caiu levemente nos últimos anos. O Independent chegou a ter um aumento da tiragem, da mesma forma que a maioria das revistas semanais supostamente de qualidade, como The Economist.


 


Segundo os analistas, a imprensa sensacionalista foi a que mais sofreu com o surgimento de jornais gratuitos no centro das cidades.


 


Henrik Ornebring, do Reuters Institute da Universidade de Oxford, tem outra explicação para a resiliência demonstrada pela imprensa de qualidade.


 


Segundo ele, os leitores com níveis mais altos de escolaridade lêem jornais que tragam análises e comentários, principalmente se estes coincidirem com suas próprias opiniões. Já o conteúdo procurado pelos leitores de níveis menores de escolaridade é mais descartável.


 


As pessoas que buscam na imprensa fotos de mulheres seminuas ou escândalos envolvendo famosos recorrem cada vez mais à internet e a um novo tipo de revistas semanais que oferecem mais material sobre estes assuntos.


 


Além disso, essas pessoas também utilizam cada vez mais a internet e a telefonia celular para se informar o mais rápido possível sobre resultados de jogos de futebol e de outras competições esportivas.


 


Jim Chisholm, da assessoria iMedia, também citado pela Economist, afirma que, em vez de publicar mais fotos de mulheres com peitos nus, os tablóides sensacionalistas deveriam gastar mais tempo na apuração de assuntos populares que seus leitores não encontram em outros veículos.