“UNE de volta pra casa”: CSC declara apoio aos estudantes
Em nota divulgada nesta quinta-feira (22/02), a executiva nacional da CSC manifestou “todo apoio” à luta da UNE pela recuperação de seu terreno no Rio de Janeiro. Confira a íntegra do texto.
Publicado 22/02/2007 16:10
Nota de apoio da CSC à UNE
A Corrente Sindical Classista (CSC), partícipe das grandes mobilizações populares que promoveram os avanços inscritos na legislação social brasileira, manifesta sua efetiva participação militante na luta dos estudantes pela retomada de sua sede histórica. Os sindicalistas classistas e socialistas se identificam com a trajetória da União Nacional dos Estudantes (UNE), que desde 1937 protagoniza importantes batalhas em defesa dos direitos fundamentais do povo brasileiro.
Como entidade marcadamente democrática, já em 1940 desenvolveu uma grande campanha contra o nazi-fascismo e, em 1947, participou como uma das principais forças do movimento “O Petróleo é Nosso”. Quando o país mergulhou na longa noite de terror inaugurada com o golpe militar de 1964, a UNE esteve na linha de frente da resistência democrática e popular. Em represália, um dos primeiros atos do regime militar foi o de incendiar a sede da entidade.
Quando o inverno antidemocrático começou a derreter, lá estavam os estudantes se organizando para ajudar a enterrar o regime que arbitrariamente tomou a sede de sua entidade maior. No congresso de refundação da UNE, em 1979, no Centro de Convenções de Salvador, foi votada a histórica “Carta de Princípios” que reafirmava os seus históricos compromissos com a liberdade e os direitos do povo. Logo em seguida, a UNE cumpriu importante papel no movimento “Diretas Já!”. Em 1992, a entidade se destacou como principal articuladora da campanha “Fora, Collor!”, que resultou no impeachment do então presidente da República, Fernando Collor de Mello.
Do mesmo modo, os estudantes, em conjunto com os trabalhadores, foram força considerável na resistência ao neoliberalismo durante a “era FHC”. Mais recentemente, a UNE voltou a brilhar com sua decidida ação no combate à campanha golpista da direita contra o presidente Luis Inácio Lula da Silva. Por todo esse histórico, a CSC se considera aliada de primeira hora na luta dos estudantes pela retomada de sua antiga sede e declara todo apoio à ocupação de um espaço que foi tomado à mão grande por forças que representam a obsolescência política e o atraso social.
São Paulo, 22 de fevereiro de 2007
João Batista Lemos (coordenador nacional da CSC),
pela executiva nacional da CSC