Paraguai: Ex-bispo teme ser morto em campanha presidencial
O ex-bispo paraguaio Fernando Lugo, pré-candidato às eleições presidenciais e apontado nas pesquisas como favorito, expressou preocupação com sua segurança. Segundo ele, existe até a hipótese de assassinato como forma de tirá-lo do pleito.
Publicado 24/02/2007 14:21
Lugo, de 55 anos é considerado como o “bispo dos pobres”, identificado com os camponeses sem terra. Sua entrada na disputa promoveu uma reviravolta na política nacional. Pela primeira vez em 60 anos ininterruptos no poder, o Partido Colorado vê perigo de ser derrotado.
De fato, todas as pesquisas publicadas recentemente pela imprensa paraguaia mostram o ex-bispo no primeiro lugar na preferência dos eleitores. Durante um ato com a população de bairros humildes de Assunção na quinta-feira, Lugo citou o assassinato como uma das quatro maneiras possíveis para eliminá-lo da política.
As outras três seriam a impugnação de sua candidatura pela Justiça Eleitoral, a derrota nas eleições por meio de fraude ou que, mesmo ganhando nas urnas, não lhe fosse entregue o poder.
Sua referência à impugnação se deve às afirmações freqüentes de políticos colorados de que o Vaticano não teria aceitado a renúncia como bispo e de que ele continuaria sujeito a seus deveres religiosos. A Constituição do Paraguai proíbe “ministros de qualquer religião ou culto” de exercer a presidência.