PMDB do Rio fecha com Temer, mas Cabral apóia Jobim
Em reunião do diretório regional do PMDB do Rio com Michel Temer (SP), candidato à reeleição à presidência do partido, o governador do Estado, Sérgio Cabral Filho, declarou seu apoio ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, e trocou farpa
Publicado 26/02/2007 16:04
Cabral elogiou a história e a importância política de Temer para o PMDB, mas antes e depois do encontro manifestou apoio a Jobim, embora continue pregando o entendimento. “É evidente que eu já defini meu apoio ao ministro Jobim. Meu apreço pelo Temer é enorme, somos amigos pessoais, e creio que o PMDB tem a oportunidade fantástica de ter dois grandes nomes. Quem sabe os dois, pelo grande nível, não cheguem a um entendimento”, disse ele a jornalistas.
Por suas pesquisas internas, Temer acredita ter uma vantagem sólida sobre Jobim. Documento a ser entregue a ele pelo diretório do Rio lhe dará 66 votos de um total de 77.
Cabral queria que os peemedebistas do Rio também se reunissem com Jobim e fez uma queixa dirigida a Garotinho. “Pedi que a reunião com o candidato Jobim fosse aqui, no diretório, mas infelizmente a resposta não foi a tempo”, disse Cabral, que conseguiu marcar um encontro da bancada com Jobim na parte da tarde, em um hotel.
“Isso não é verdade. Já havia uma reunião da executiva municipal marcada há tempos aqui no diretório”, respondeu Garotinho.
Durante o encontro, o ex-governador deu a entender que a candidatura de Jobim representa os interesses de aliados de Lula. “Jobim é integro, correto, mas apoiado por forças que não são comprometidas com a democratização do PMDB. A base de sustentação da candidatura dele tem forças que lutaram para esmagar o partido e impediram a candidatura do PMDB a presidente”, atacou Garotinho.
“Há sempre aqueles que gostam de crescer na divisão”, rebateu Cabral, em seu discurso. O atual governador deixou a reunião antes do fim e sem se despedir.
Temer minimizou as divergências e afirmou que a presença de Cabral foi um gesto de “elegância cívica e política”. O deputado afirmou ainda não acreditar que Lula esteja esperando a decisão do PMDB para definir a reforma ministerial.
“O presidente foi claríssimo ao dizer que não entraria nessa história interna do PMDB. No programa de rádio de hoje, disse que não tem vinculação nenhuma e que a reforma é questão do presidente. Ele faz quando quiser. O regime é presidencialista.”
A escolha do novo presidente do partido será no dia 11 de março, durante a convenção nacional do PMDB.
Fonte: Agência Estado