RS lança Conferência sobre Questão da Mulher
A troca de experiências marcou o lançamento da Conferência Nacional sobre Questão da Mulher no RS. Cerca de 100 pessoas participaram do evento que ocorreu no auditório do Afocefe, na capital gaúcha no último dia 28/2.
Publicado 04/03/2007 21:12 | Editado 04/03/2020 17:12
A composição da mesa, que contou com as presenças de Claudia Prates, da Secretaria de Mulheres do PT RS e Marcha Mundial de Mulheres; Irani Medeiros, advogada e vereadora pelo PSB em Butiá; Cora Chiapetta, da UBM; Jussara Pra, professora de Ciência Política da UFRGS e Fernando Niedersberg, Secretario de Movimentos Sociais do PCdoB RS, privilegiou diversos pontos de vista acerca do problema da luta das mulheres no Brasil.
Após Niedersberg relizar a exposição do temário da Conferência, as painelistas tomaram a dianteira. Claudia Prates fez retrospectiva da construção e diagnóstico atual do trabalho de mulheres do PT. Irani, que foi candidata a vice-governadora no RS no último pleito, abordou a relevância da presença das mulheres na luta política e pela mudança de cultura quanto ao papel da mulher na sociedade.
Para Jussara Pra, que coordena o Núcleo de Pesquisa sobre Questões da Mulher, na UFRGS, ''as mudanças conquistadas em leis são muito bem vindas, mas ainda não são suficientes. Para a existência da lei Maria da Penha teve que acontecer o que aconteceu com a Maria e muitas outras mulheres''. Ainda, segundo ela, ''a luta contemporânea passa pelas conquistas em lei e pela capacidade de mobillização e debate sobre os temas''.Chamou a atenção ainda para a necessidade de a academia trabalhar mais a questão de gênero.
A pedagoga Cora Chiapetta exaltou a participação das mulheres do PCdoB, organizadas na UBM, bem como dos homens comunistas, no processo de debates da Conferência. Resgatou aspectos essenciais acerca da compreensão filosófica sobre o tema, como a relação entre direitos das mulheres e a evolução histórica da base material da sociedade. ''O movimento feminista precisa superar o corporativismo. a guetização.Além da mudança cultural é preciso mudança da sociedade''. Para Chiapetta, a origem da opressão coincide com o aparecimento da propriedade privada e da sociedade de classes, ''por isso é preciso enfrentar a subestimação do sentido estratégico da luta das mulheres e articular o movimento feminista com a luta geral do povo, com a incorporação da perspectiva socialista, como condição da superação da situação atual das mulheres''.
Ao se reportar à participação das mulheres no PCdoB, Niedersberg avaliou que, embora haja mulheres em espaços importantes de decisão no partido, ainda é pequena esta participação no conjunto das instâncias de direção, algo que precisa ser modificado, segundo ele.
A plenária estadual do RS será no dia 24 de março e ocorre após os encontros municipais. Segundo Niedersberg, o objetivo é alcançar mobilização para que seja possível enviar para a Conferência Nacional a cota completa de delegadas e delegados, que pode atingir o número de dez.
De Porto Alegre
Clomar Porto