Copom sinaliza que juros seguirão caindo a conta-gotas
A manutenção da inflação nos níveis atuais e a consolidação do cenário de estabilidade na economia contribuem para a “continuidade do processo de redução progressiva da percepção de risco”, e isso abre espaço para juros reais menores no futuro. É o que de
Publicado 15/03/2007 11:47
Foi a segunda vez que a redução ficou em 0,25 ponto percentual, e tudo leva a crer que o BC manterá essa tendência nas próximas reuniões do Copom. Isso porque, de acordo com a ata, distribuída hoje (15/3), “a atuação cautelosa” tem sido fundamental para que a inflação evolua segundo a trajetória de metas traçada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O documento cita que as perspectivas de inflação “permanecem benignas”, mas adverte que para isso se traduzir em resultados efetivos é preciso que “a flexibilização monetária seja conduzida com parcimônia”. A afirmativa reforça a tendência de manutenção da “calibragem” de 0,25 ponto nas seis reuniões que o Copom terá ao longo do ano.
A ata repete a constatação de “cenário benigno”, que permanece favorável, aqui e no exterior, embora alerte para a existência de instabilidade e novas fontes de incerteza, sem entrar em detalhes. Menciona, contudo, as elevações das taxas de juros nas economias industrializadas e o recente, “e possivelmente temporário”, aumento de volatilidade (variação de preços de investimentos ou de índices de bolsas de valores) nos mercados globais, que culminou com quedas significativas no mercado de ações do mundo inteiro, a partir de turbulência na bolsa da China.
Apesar dessa instabilidade, o Copom acredita que as perspectivas de financiamento externo para a economia brasileira continuam favoráveis, uma vez que atribui “baixa probabilidade a um cenário de deterioração significativa” nos mercados financeiros internacionais. Nesse contexto, o colegiado de diretores do BC reafirma que o principal desafio reside em garantir a consolidação das expectativas favoráveis que se antecipam para o futuro.