Um Partido Ousado

A reeleição de Lula em 2006 significou, do ponto de vista programático, a vitória de um projeto de nação democrático, voltado para o desenvolvimento;

A reeleição de Lula em 2006 significou, do ponto de vista programático, a vitória de um projeto de nação democrático, voltado para o desenvolvimento; de consolidação da soberania nacional e de inclusão social. O projeto neoliberal burguês foi rejeitado nas urnas pelo povo que resistiu bravamente contra o ataque da mídia entreguista.


 


Isso indica que o processo de democratização se solidifica no Brasil abrindo espaço para um maior protagonismo dos movimentos sociais e dos setores progressistas. Particularmente para os comunistas, esta é uma realidade que requer uma postura mais aguerrida e ousada visando um maior protagonismo do nosso Partido que é o principal vetor para um salto maior no avanço das transformações rumo ao socialismo.


 


Em todos os períodos de abertura democrática, nos pequenos espaços de tempo em que o Partido pode aparecer com fisionomia própria, o PC do B obteve crescimento muito elevado destacando aqui as filiações massivas e o resultado expressivo nas eleições de 1946. Pensando na realidade atual, podemos avaliar que tal perspectiva se justifica.


 


Alcançada a legalidade em 1985, logo o movimento comunista viu descer em ruínas quase todos os projetos de socialismo no mundo enfrentando logo a seguir, a avalanche neoliberal da década de 1990. Na virada do século 21 o projeto neoliberal, tido como o resultado final da história humana, mostra a sua verdadeira face: desnacionalização, concentração exacerbada da riqueza mundial com o conseqüente aumento da fome e da miséria; aumento da dependência e do endividamento externo das nações pobres e em desenvolvimento; recrudescimento das guerras imperialistas de pilhagem e aumento das contradições no bloco dominante em virtude da ofensiva hegemonista e unipolar dos EUA.


 


Neste cenário, assistimos a um avanço dos setores populares e de esquerda principalmente na América Latina. A resistência dos povos ao imperialismo cresce, vide a recepção que Bush teve no seu último giro por aqui. O Mercusul e as relações sul-sul avançam  apesar de alguns percalços. Nas áreas de conflitos aprofundam as dificuldades das posições guerreiras causando grandes prejuízos econômicos e políticos.


 


Consonante com esta realidade, o Partido aponta a orientação de maior ousadia nas ações partidárias com o mergulho nos movimentos sociais, maior protagonismo na luta política e de idéias com posições claras e firmes capazes de referenciar a luta do povo. Atenção destacada deve se dar ao processo eleitoral de 2008, quando o Partido estará chamado a apresentar alternativas para os graves problemas do nosso povo:


“É este cenário que reclama audácia. É hora de ousar, atrever-se, impulsionar as mudanças, realizar o programa que o Brasil  elegeu em 2006. A imprescindível união das forças transformadoras tem que ter este alvo e este ritmo. Necessita também trazer para a ação política as grandes massas do povo como força motriz. Porque isso é indispensável para enfrentar a poderosa resistência do imperialismo e das forças conservadoras neoliberais.


O PCdoB quer ser um protagonista desta saudável ousadia para abrir caminho a um desenvolvimento democrático e soberano do país. Não o único, por certo, mas indispensável, que se inspira nos muitos gestos de audácia da sua larga trajetória”.  Comissão Politica Nacional do Partido Comunista do Brasil-PCdoB.''


 


Maurício Vilela
Secretário Estadual de Organização PCdoB/ES