PC da Espanha denuncia Aznar à justiça por crimes de guerra

O Partido Comunista da Espanha (PCE) apresentou hoje uma denúncia à Justiça do país contra o ex-chefe de governo espanhol José Maria Aznar, por “crimes de guerra”. Aznar participou da invasão e posterior ocupação do Iraque, que causou a morte de  qua

Essa é a segunda denúncia do tipo levantada contra Aznar pelo PCE, que já registrou em 12 de março passado uma outra ação semelhante na Procuradoria de Málaga.



O presidente do PCE, Felipe Alcaraz, apresentou a denúncia à Procuradoria de Sevilha, no sul da Espanha, e explicou que nos próximos dias a denúncia será apresentada aos procuradores de outras três regiões, com objetivo de abrir um processo diante da Procuradoria Geral do Estado e, posteriormente, ao Tribunal Penal Internacional.



Alcaraz destacou que a acusação “não é apenas simbólica”, porque esse número de mortos “é algo suficiente para iniciar um procedimento ante o Tribunal Penal Internacional”.



“A guerra declarada pelos presidente americano George W. Bush, pelo premiê britânico Tony Blair e por Aznar era absolutamente ilegal, injusta e imoral, e cada um deve responder politicamente” pela ocupação no Iraque, comentou Alcaraz.


 


“Aznar deve pagar judicialmente, não só politicamente, o que aconteceu nas eleições de março de 2004, por uma intervenção ilegal que foi efetuada sem o consentimento da Espanha”, afirmou o dirigente do PCE.


 


Alcaraz também criticou a atitude do atual primeiro-ministro, José Luis Rodríguez Zapatero, que “fez um gesto simbólico importante ao retirar as tropas espanholas do Iraque mas não quis ir mais além”, indicando que também deveria retirar os militares espanhóis da coalizão de forças ocupantes do Afeganistão.


 


O secretário político do Partido Comunista da Andaluzia em Sevilha, Juan de Dios Villanueva, lemboru que a última segunda-feira (9) marcou o trigésimo aniversário da legalização do PCE e “não gostariamos que a data fosse lembrada em uma visita a um museu, mas com uma maneira mais ativa de por em prática a luta pela paz e os princípios fundamentais da nossa política”.


 


Para Villanueva, “se Aznar tivesse um nome árabe ou eslavo já teria sido processado e condenado”. O crimes atribuídos a Aznar são causar a morte a quase 700 mil iraquianos, fazer entrar em colapso os serviços sociais e saquear os tesouros culturais do Iraque, além de haver provocado o deslocamento forçado de 2,3 milhões de iraquianos.