Uruguai tentou evitar Guerra das Malvinas, diz ex-ditador

O ex-ditador uruguaio Gregorio Alvarez afirmou que tentou interferir para que a Guerra das Malvinas de 1982 não acontecesse, mas disse que o então presidente argentino, general Leopoldo Galtieri, lhe disse que não era necessária sua intervenção porque as

Em declarações publicadas na edição desta sexta-feira da revista Búsqueda, de Montevidéu, o general Alvarez explicou que ao tomar conhecimento de que “a Inglaterra estava disposta a enfrentar a ocupação das Malvinas, enviando uma frota poderosa para recuperá-las”, entrou em contato com a embaixadora britânica em Montevidéu, Patrícia Hutchinson.



Diante de um “possível confronto entre duas grandes repúblicas amigas”, Alvarez informou que manifestou a Patrícia sua “inquietude para buscar uma solução a esse conflito”.



“Ela nos respondeu, da parte do governo da Grã-Bretanha, que se a Argentina cessasse a invasão das Malvinas, apesar de que não seria concluída, eles interromperiam o envio da frota britânica, mas que toda essa questão deveria ser considerada pelas Nações Unidas”, afirmou o ex-ditador.



Alvarez recordou que pediu que o general Pedro Aranco viajasse a Buenos Aires para falar com o presidente da Argentina. “Em três horas ele foi e voltou. Falou com Galtieri e trouxe a resposta dos argentinos, que era de que não me preocupasse porque eles iriam derrotar as forças inglesas que chegaram”, garantiu.



O militar também negou que a ditadura uruguaia tivesse apoiado a Grã-Bretanha durante o conflito e disse que apenas queria “evitar o confronto entre dois países amigos”.



Atualmente o general Alvarez é investigado pela Justiça por assassinatos e desaparecimentos que aconteceram durante o então regime uruguaio. Não há previsão de quando ele possa vir a ser julgado.