Bancada do AM ganha força para lutar pelos recursos da Suframa

''Esta foi uma ótima oportunidade de mostrarmos que a Zona Franca não é um lugar onde há somente renúncia fiscal, que só atende o Amazonas e, sobretudo, que não é um pólo apenas de montagem de produtos'', destaca a presidente da Comissão da Amazônia, a deputada Vanessa Grazziotin, para quem só através da conscientização é que a Amazônia terá aliados na defesa do modelo, dos recursos gerados pelas fábricas locais e utilizados pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) para financiar projetos de infra-estrutura e formação de capital intelectual na região.

Além de Vanessa e dos deputados amazonenses Marcelo Serafim (PSB), Francisco Praciano (PT), este autor do requerimento que solicitou a vista dos parlamentares a ZFM pela Comissão de Desenvolvimento, e Rebecca Garcia (PP), fizeram parte da comitiva: Jurandil Juarez e Fátima Pelaes, do PMDB, e Evandro Milhomen, do PCdoB, todos do Amapá; Wellington Fagundes (PR), do Mato Grosso; Marco Aurélio Ubiali (PSB), de São Paulo; e Ana Isabel Mesquita de Oliveira (PMDB), do Pará.  

Os deputados federais visitaram a Sony do Brasil, o complexo de unidades da Moto Honda, onde a multinacional japonesa fabrica praticamente tudo que consome na confecção de motocicletas – para este ano a meta é chegar a marca de 1,4 milhão de unidades -, as fabricantes de componentes GK&B e RCA, de um mesmo grupo empresarial, o Genius Instituto de Tecnologia e a sede da Suframa. Na ocasião, a superintendente da autarquia, Flávia Grosso, mostrou os números do modelo ZFM.

O faturamento nos últimos anos tem sido recorde, a geração de emprego ultrapassou a marca de 500 mil diretos e indiretos, em 40 anos de existência mais de R$ 2,5 bilhões foram investidos na região através do financiamento de projetos de infra-estrutura. Mais recentemente, destacou Flávia Grosso, o modelo de desenvolvimento vem investindo na formação de capital intelectual, estratégia que tem como objetivo diversificar as áreas de atuação do pólo industrial, como através da bioindústria.

Contingenciamento

Através das taxas recolhidas pelas empresas à Suframa, a autarquia forma se caixa para o custeio da autarquia e para o financiamento de projetos na região. Por conta de sucessivos contingenciamentos da maior parte de seus recursos, já são mais de R$ 500 milhões retidos no Governo Federal. A bancada federal do Amazonas, explica Vanessa, quer liberar pelo menos parte desses recursos, fundamentais para o desenvolvimento da região.

Nesta terça-feira (24/04), a bancada se reúne com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardes, para tratar do assunto. Já no dia 26, a próxima quinta-feira, o pleito será reforçado ao ministro da Fazenda, Guido Mantega. Nos dois encontros, a estratégia será a mesma: levar parlamentares dos Estados da Amazônia para defender a liberação dos recursos. Neste ano, o orçamento da autarquia ultrapassar a casa dos R$ 300 milhões e, mais uma vez, a maior parte esta contingenciada.

De Manaus,
Hudson Braga