Bachelet compara golpe de Pinochet a Holocausto

A presidente chilena Michelle Bachelet comparou o sofrimento provocado pelo Holocausto dos nazistas com as violações aos direitos humanos perpetuadas pela ditadura de Augusto Pinochet, ditador do Chile entre 1973 e 1990.

A comparação foi feita nesta terça-feira (24), depois de Bachelet ter recebido da comunidade judia do Chile a distinção “Candelabro Memorial de Yad Vashem”, em memória aos seis milhões de judeus vítimas do holocausto.



“Fatos dolorosos como o Holocausto, e também os anos de perseguição política no Chile, não devem voltar a se repetir em nenhum lugar do mundo”, afirmou a presidente chilena durante a cerimônia na sinagoga do Estádio Israelita.



Segundo Bachelet, assim como o povo judeu sofreu a perseguição nas mãos dos nazistas e seus colaboradores, o Chile viveu uma situação similar. “Sabemos disso porque, em uma outra dimensão, o Chile sofreu sem dúvida, em proporção diferente, o que os historiadores consideram como um dos fenômenos mais perturbadores do século 20: a queda de um país, admirado por sua cultura e ilustração, em atos de barbárie organizadas a partir do Estado e tolerados, quando não defendidos, por uma parte da sociedade e suas instituições”, explicou.



“Devemos resgatar a verdade histórica e ensinar sobre nossas histórias para poder construir sociedades com sólidas bases democráticas, institucionais e morais. Reconhecendo nosso passado, trabalhamos com esperança no presente por um futuro de paz e de progresso”, destacou.



“Para os povos e as nações e, particularmente pelas pessoas que sofreram, é muito difícil voltar a enfrentar essas experiências. Mas é imprescindível. Porque sofremos, podemos compreender e sentir muito vivamente o que o povo judeu passou. Um povo que soube sobreviver e renascer da história do Holocausto, como a oliveira que foi mais forte que o arame farpado”, afirmou.



“Também compartilhamos sua convicção de que, embora seja muito duro voltar a passar por nossas dores, em nossas consciências é impossível o esquecimento”, concluiu Bachelet.



Fonte: Ansa Latina