Ministro da educação lança programa

Desafio do programa é alfabetizar, em três anos, todas as crianças com até sete anos, da rede pública de ensino

Em meio a mais uma luta salarial dos professores, unificada em todo o País, chega hoje ao Ceará o ministro da Educação, Fernando Haddad. O motivo da visita, entretanto, é outro. Ao lado do governador Cid Gomes e da secretária da Educação, Izolda Cela, o ministro lança hoje o programa Alfabetização na Idade Certa e apresenta o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).


 


O desafio do programa é alfabetizar em três anos todas as crianças, com até sete anos, da rede pública de ensino. O que será possível, na opinião de Haddad, mesmo com os problemas existentes na rede, que vão desde questões infra-estruturais e a carência e desestímulo dos professores.


 


“Em um universo de 200 mil escolas você sempre vai localizar uma que está passando por algum problema. Situações dramáticas assim sempre existirão. A questão da infra-estrutura é importante, mas o foco do programa é na aprendizagem. Nós temos demonstrações de que escolas que muitas vezes não têm condições ideais de infra-estrutura oferecem boas condições de ensino. Mas é óbvio que temos que avançar também nessa direção”, explica.


 


Sobre o PDA, Haddad ressalta seus principais conceitos: “O acompanhamento individualizado por aluno; a garantia que cada aluno esteja alfabetizado até no máximo os oito anos; a supervisão dos professores, se feita também de maneira individualizada; levar a sério o período probatório antes da efetivação dos professores; a participação da comunidade; e a escolha criteriosa de diretores, sem ingerência política”.


 


Já em relação ao futuro dos professores, que reivindicam pelo reajuste do piso nacional proposto pelo Governo Federal (de R$ 850), o ministro explica que caberá ao Congresso Nacional decidir. “Não é simples fixar o primeiro piso da história do País. Na verdade, nós resgatamos e atualizamos um valor que tinha sido acordado em um pacto feito em 1994 no Palácio do Planalto, na presença do então ministro Murilo Hingel. Pela inflação oficial, chegamos ao valor de R$ 850”.


 


Hoje, acrescenta Haddad, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep) indicam que 42% dos professores não têm curso superior. “Essa questão do professor é delicada. Nós precisamos compreender que é com ele que nós podemos contar. Não há solução que não passe pela figura do professor”, frisa.


 


Fonte: DN/Cidade