Parada Gay de SP deve reunir 3,5 milhões na Av. Paulista

No próximo domingo (10) a avenida Paulista será palco de uma das maiores manifestações da história do páis. São esperados 3,5 milhões de pessoas para a 11ª Edição da Parada do Orgulho  Gay, evento organizado por entidades de defesa da liberdade de op

A Parada Gay de São Paulo é a maior manifestação de todas as paradas do mundo já a quatro edições. A expectativa dos organizadortes é que 3,5 milhões de pessoas passem pela avenida Paulista no próximo domingo.


 


O evento tem caráter festivo, mas com bandeiras mobilizadoras que buscam conscientizar a sociedade, no combate à discriminação e a promoção da igualdade de direitos. O tema desta vez será ''Por Um Mundo Sem Racismo, Machismo e Homofobia'', apontando as maiores dificuldades que as comunidades GLBTT's – Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, e outros segmentos sociais sofrem no cotidiano.


 


O Vermelho-SP entrevistou três militantes dos movimentos sociais que estão contribuindo na preparação da Parada Gay. Glaucia Laurentino e Maikon Ramalho são sindicalistas ligados ao Sintratel – Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing e Wanderley Gomes da Silva, dirigente da Facesp – Federação das Associações Comunitárias de São Paulo.


 


Vermelho-SP: Qual a expectativa de vocês para esta 11ª Parada Gay?


 


Glaucia Laurentino: Devem passar pela Parada cerca de 3,5 milhões de pessoas, esta é a expectativa da comissão organizadora. Serão 25 carros de som, dos quais, 15 trios elétricos que ocuparão toda a extensão da avenida Paulista no domingo próximo. Entre os carros de som, além do oficial da Parada (1º da fila, que ficará no Masp), teremos o da CUT, de alguns sindicatos, de entidades dos movimentos GLBTT, de casas noturnas, do Ministério do Turismo, entre outros.


 


Vermelho-SP: E a programação?


 


Maikon Ramalho: O evento não começa somente no domingo, haverá uma série de atividades a partir da quinta (07/06), como a Feira Cultural GLBT (conhecida como Feira da Vieira Souto) no Anhangabaú, ciclo de debates sobre políticas para GLBT, mostra de vídeos, entre outros (veja programação no final do texto). No dia  da Parada, domingo (10/06), a abertura será por volta das 12h00, no carro de som oficial, no Masp. E aí teremos a atividade que é muito diversificada. A marcha deve começar após a abertura oficial, mas durará toda a tarde.


 


Vermelho-SP: Porque a Parada Gay se transformou na maior manifestação popular no Brasil?


 


Glaucia: É porque são pessoas que não tem preconceito.


 


Maikon: Na época que vivemos, nestes últimos anos, as pessoas buscam se organizar mais para defender seus interesses. Há muita opressão na sociedade contra o homossexualismo e a Parada Gay acaba se tranformando, para algumas pessoas que não querem ou não conseguem demonstrar suas verdadeiras opções sexuais, a oportunidade de se manifestarem. Além disso, temos muitas pessoas que participam pela simpatia com o movimento e suas bandeiras.


 


Wanderley Gomes da Silva: Eu vejo que a Parada Gay acaba se transformando em um grande movimento contestatório, na medida em que existe a opressão contra a orientação sexual. E na sociedade, não há mecanismos comuns de manifestação. A Parada acaba por ser este movimento de protesto.


 


Vermelho-SP: Existe uma crítica da característica festiva da Parada Gay, que conseguem reunir este público pelo evento em si e não pelas bandeiras de luta. Como é isso?


 


Maikon: A Parada Gay é festiva, como é a característica do nosso povo. Os gays são alegres e tem capacidade de transmitir alegria, mesmo com tanta opressão e discriminação. Isso leva muita gente para o evento, e não significa que seja despolitizado. A Parada consegue passar a mensagem de luta pela igualdade de direitos e contra a discriminação.


 


Vermelho-SP: Quais são as principais bandeiras da Parada Gay?


 


Glaucia: O tema é ''Por Um Mundo Sem Racismo, Machismo e Homofobia''. Enfrentamos os três tipos de preconceitos. Ser mulher, negra e lésbica é uma situação de múltipla opressão. O machismo é uma manifestação que atinge toda a sociedade, inclusive pelo preconceito da própria mulher. Há pessoas excluídas da sociedade que se identificam com as bandeiras da Parada.


 


Maikon: A Parada tem a capacidade de chamar a atenção das pessoas mais idosas, que vão por curiosidade, solidariedade e identidade. Porque também sofrem discriminação na sociedade.


 


Wanderley: Tanto o racismo como a homofobia e o machismo, fazem parte das dificuldades da formação do nosso povo. Quando se é contra a livre orientação de opção sexual, acab tornando pessoas de primeira e segunda categorias. É preciso enxergar todas as pessoas com direitos iguais, idependente de credo, cor, opção sexual, ideologia, etc. Não há como combater o preconceito se não houver condições de dialogar com amplas parcelas da sociedade. A defesa pela igualdade social e contra a discriminação tem que abranger para além dos negros, homosexuais e mulheres, tem que ser um debate de toda a sociedade.


 


Confira a Programação da 11ª Parada Gay


 


11º Parada do Orgulho GLBT de São Paulo


Avenida Paulista


10 junho, a partir das 12h00


 


7º Feira Cultural GLBT


Vale do Anhangabaú


07 junho, das 10h00 às 22h00


 


7º Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade


Vale do Anhangabaú


07 de junho 14h00


 


5º Ciclo de Debates Construindo Políticas para GLBT


veja programação completa no www.paradasp.org.br


 


5ºV Caminhada de Lésbicas e Bissexuais de São Paulo


Avenida Paulista – Praça Osvaldo Cruz


09 de junho, 14h30


 


Mostra de Vídeos ''Mix Brasil na Parada''


Galeria Olido – Av. São João, 473


05 a 09 de junho


 


1º Corrida Internacional da Diversidade


Rua Líbero Badaró


07 de junho – 08h00


inscrição e informação: www.ativo.com


 


Por Rodrigo de Carvalho,


pelo Vermelho-SP