Greve adia matrícula na UFMG

Paralisação no setor administrativo afetou inscrição de calouros e pode provocar atraso no início do semestre letivo.

    A matrícula dos calouros da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aprovados para o segundo semestre de 2007, que começaria na próxima terça-feira, 19, foi adiada por tempo indeterminado. O motivo é a greve nacional dos servidores administrativos das instituições federais que afeta o trabalho do Departamento de Registro e Controle Acadêmico (DRCA) da instituição. No setor, cerca de 90% dos funcionários aderiram à paralisação.


 


    A coordenação de graduação da universidade teme que a matrícula dos veteranos também seja afetada, já que alguns colegiados ainda não enviaram para o sistema as notas do último semestre, e, sem os servidores, provavelmente será difícil fazer esse registro. Na UFMG há 23 mil alunos de graduação que dependem do software acadêmico e de seus operadores em suas matrículas. Os calouros do segundo semestre são cerca de 2.000. “Deixei o curso que estava fazendo em Ouro Preto para estudar aqui. Estou com medo de que o início das minhas aulas atrase ainda mais”, disse Guilherme Resende da Silva, 19, aprovado no vestibular para veterinária. Ele está há seis meses esperando, já que entrou na leva do segundo semestre entre os 120 aprovados de seu curso. “É meu futuro que está em jogo, atrasado”, reclama.


 


    A greve que atinge 37 universidades federais brasileiras completou duas semanas e está em movimento crescente, segundo a pró-reitora-adjunta de graduação da UFMG, Carmela Maria Polito. “Aos poucos, os setores de funcionários têm aderido ao movimento. Apenas a diretoria do DRCA está funcionando”, diz. A pró-reitora teme que o início das aulas dos veteranos também atrase. Embora sua matrícula seja feita via Internet, os colegiados devem lançar as notas do semestre na rede. “Mas alguns ainda não fizeram isso e não vão ter condições de fazer, com a greve. Se o lançamento de notas não for feito em tempo hábil, o próximo semestre pode ser afetado”, disse.


 


    A presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais (Sindifes) em Minas, Rose Coelho, informou que uma assembléia será realizada hoje entre os servidores vai avaliar uma proposta do Ministério da Educação, feita na sexta-feira. “Por enquanto, não temos data para finalizar a greve”, disse. Entre as demandas dos grevistas, está o projeto de carreira e o plano de saúde, que eles ainda não têm.


 


Fonte: Jornal O Tempo