Wilson Lisboa critica falta de investimento no interior

O deputado Wilson Lisboa (PCdoB) denunciou ontem da tribuna da Casa a falta de investimento em políticas de desenvolvimento sustentável nos municípios de Fonte Boa e Jutaí. De acordo com ele, as demandas

“O Programa Zona Franca Verde não está atendendo todas as demandas. Estamos perdendo nossos peixes ornamentais para a Colômbia e Peru. Eles entram aqui e levam nossos peixes clandestinamente e vendem por R$ 60 dólares, enquanto o caboclo vende por 50 centavos. Eu pretendo marcar uma reunião, ainda esta semana, com o secretário de Estado da Produção Rural, Eron Bezerra, que é do nosso partido”, disparou o deputado.


 


Lisboa espera que o Zona Fraca Verde, que hoje conta com investimentos de cerca de R$ 100 milhões para investimentos, passe a fazer o levantamento das demandas dos municípios e cobrou políticas públicas. “Como os municípios poderão participar desse investimento? Como uma comissão que fica trancada na Ciama (Companhia de Desenvolvimento do Estado) poderá destinar recursos para as demandas de Jutaí, de Fonte Boa e outros municípios?”, questionou.


 


Para o deputado, o Amazonas deve se preparar para que cada um dos municípios faça parte do planejamento do Estado. “Nós queremos saber como o caboclo poderá receber o bolsa-floresta, já que ele não poderá derrubar uma árvore e quais serão as políticas públicas para essas populações, que sempre são feitas de cima para a baixo”, assinalou.


 


Futuro


 


De acordo com Wilson Lisboa, o município de Fonte Boa, está fazendo a sua parte com o manejo de pirarucu, mas assim como a maioria dos municípios, precisa de apoio do Estado. “Jutaí, por exemplo, tem cinco reservas, das quais três são de desenvolvimento sustentável, mas não há nada sendo feito. Eles deram o primeiro passo agora, realizando o Fórum de Desenvolvimento Sustentável daquele município e Tefé fará o seu e Coari também”, informou.


 


A intenção do deputado é fomentar a discussão em torno do desenvolvimento sustentável para que o Amazonas consiga se manter independente do Pólo Industrial de Manaus em um futuro próximo. “Investe-se muito na capital e deixa-se de fazer no interior. Precisamos das agroindústrias para produzir os nossos óleos essenciais, trabalhar as nossas madeiras florestadas e o nosso pescado, para que possamos gerar emprego. Em nenhum momento, vemos políticas públicas nesse sentido. Nós precisamos nos preparar para o futuro, assim como o gigante do Centro-Sul está fazendo, senão, sentiremos a dor daqui a 15 anos, quando o Centro-Sul dominar as indústrias e nós ficarmos sem nada”, observou.


 


De Manaus,
Ademar Vieira