CSC repudia ação do Governo do Pará
A Polícia Militar do Pará reiniciou ontem a operação de reintegração de posse de doze fazendas localizadas no sul e sudeste do Pará, – a Operação Tocantins. De acordo com a assessoria da PM, a tropa, composta por 115 homens, dirigiu-se ontem à fazenda Lan
Publicado 29/06/2007 15:49 | Editado 04/03/2020 16:53
As informações da PM dão conta de que a fazenda Landi tem cerca de 360 alqueires, pertence a José Macena de Miranda e foi invadida pela primeira vez em 1997 por famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Desde então, o Poder Judiciário já cumpriu seis mandados de reintegração de posse na área, com o apoio da PM. A desocupação de ontem contou com a presença dos oficiais de Justiça da Vara Agrária de Marabá Roberto Souza e Elizeu de Oliveira, que informaram aos ocupantes que a ação expedida pelo juiz Líbio Araújo Moura já foi tramitada em julgado, por isso trata-se de uma sentença definitiva.
'Todos os prazos para as famílias recorrerem da decisão do juiz já foram esgotados. Esta é uma decisão definitiva, portanto, não cabe mais nenhum tipo de recurso por parte dos invasores, pelo que pedimos a todos que recolham os seus pertences e se retirem da propriedade', disse Elizeu de Oliveira.
A fazenda estava ocupada por cerca de 150 pessoas, a maioria mulheres e crianças, ligadas à Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetagri). A operação de desocupação foi pacífica, sem nenhum tipo de manifestação ou resistência e acompanhada de perto pelo coordenador da Fetagri, na região sudeste do Pará, Francisco de Assis da Costa, disse a PM.
A tropa do CME, que integra homens do efetivo do Batalhão de Polícia de Choque, Companhia de Operações Especiais, Regimento de Polícia Montada e Grupamento Aéreo, contou com o apoio da Delegacia de Conflitos Agrários da Polícia Civil. Durante a operação, o garoto Leandro Ferreira, 13 anos, que morava no acampamento com a família e estava doente há mais de dois meses, encontrado num barraco, precisou ser removido às pressas, com a ajuda do helicóptero do Grupamento Aéreo, para o hospital regional da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), onde recebeu atendimento emergencial.
REPÚDIO
Em nota enviada ao jornal O LIBERAL, Corrente Sindical Classista/PA (CSC) critica a ação da PM, afirmando que o governo 'Ana Júlia entra na contra-mão do movimento social'. Assinada por José Marcos de Lima Araujo, coordenador estadual da entidade e vice- presidente da CUT/PA, a nota ressalta que 'a Corrente Sindical Classista (CSC-Pará) está repudiando a atitude da governadora Ana Júlia Carepa por tratar problemas sociais como caso de polícia. Na última segunda-feira, 25, a governadora enviou 130 policiais militares para o sul do Pará para desocupar 12 fazendas'.
Para a CSC, 'infelizmente, a governadora repete prática de governos anteriores', conclui a nota.