Trabalhadores em Educação decretam fim da greve

Após 54 dias de paralisação, os trabalhadores da rede estadual de educação decidiram, hoje (03), pela manhã, encerrar a greve. Na próxima segunda-feira (06), as aulas serão retomadas e na quarta-feira (08), às 14h

A proposta da gestão que deverá ser aplicada para a categoria é a seguinte: aumento de 5% no vencimento base de todos os servidores ativos e aposentados a partir do mês de setembro; o abono educador no valor de R$ 200,00 para todos os servidores ativos e aposentados, no mês de agosto; a correção da gratificação de diretor das escolas mínimas de R$ 57 para R$ 888, a partir do mês de junho (são 7 diretores de escolas mínimas); e a implantação da gratificação de 60% para os técnicos educacionais que não recebem o percentual correspondente em suas remunerações, também a partir de junho.


 


A gestão se comprometeu também a repor, após quatro dias da suspensão da greve, os valores descontados dos contra-cheques dos servidores. Pelo documento entregue pelo governo ao SINTEPE, para atender aos demais pontos de pauta, serão realizados estudos e formadas comissões mistas para acompanhar o seu encaminhamento.


 


“A greve terminou no momento certo, apesar dos poucos avanços. Os professores já estavam voltando às escolas. Vamos lutar para que, no próximo ano, não precisemos de uma greve tão longa por falta de valorização profissional e para alertar que a educação precisa melhorar muito”, avalia Manoel  Santos, presidente da Associação de Pais de Alunos de Escolas Públicas.


 


GREVE – Os trabalhadores em educação da rede estadual iniciaram a campanha salarial no dia 16 de março, quando foi entregue uma pauta de reivindicações ao governo. Com o tema “valorização profissional”, o movimento tinha como objetivo reivindicar, entre outros pontos: reajuste salarial, salário-base acima do mínimo (R$ 380), criação de um padrão mínimo de qualidade para todas as escolas, realização de concurso público para funcionários administrativos e convocação dos docentes aprovados no último concurso. O estado de greve foi decretado no dia 31 de maio, após mais de dois meses da entrega do documento e cinco reuniões com representantes do governo sem que fossem apresentadas propostas às solicitações da categoria. A greve foi iniciada no dia 11 de junho. A última contra-proposta do governo foi apresentada no dia 30 de julho. Durante estes quatro meses foram realizadas 16 assembléias.


 


No início de julho, o poder judiciário decretou a ilegalidade da greve. A notificação da liminar passou a valer a partir do dia 19 de julho, quando os trabalhadores deveriam retornar às salas de aula sob pena de multa diária de R$ 10 mil para o SINTEPE. O Sindicato recorreu da decisão no Tribunal de Justiça de Pernambuco e perdeu em primeira instância. No dia 26, o órgão entrou com um mandado de segurança, solicitando que a sentença fosse reavalida por um conjunto de desembargadores. O recurso ainda não foi avaliado.


Fonte: Sintepe