Em Honduras, Lula pede à oposição que não atrapalhe votações
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não vai permitir que as investigações sobre o senador Renan Calheiros atrapalhem o andamento dos projetos de interesse do governo no Congresso.
Publicado 07/08/2007 19:56
“Até agora, quando eu saí do Brasil no domingo, o Senado e Câmara estavam votando as coisas que interessam ao país”, afirmou o presidente em entrevista coletiva em Tegucigalpa, ao ser questionado por jornalistas brasileiros sobre a repercussão das investigações do senador Renan Calheiros.
“Mas se regressando ao Brasil, eu descobrir, e os ministros que ficaram lá me disserem, que o Senado está atrasando alguma votação, eu irei me reunir com a liderança do governo no Senado, com a liderança dos partidos, e dizer, que nenhum caso individual, por mais importante que seja, pode atrapalhar a votação de coisas de interesse do nosso país”, afirmou.
A afirmação de Lula é um recado para a oposição que está ameaçando boicotar as votações do Congresso. Nesta terça-feira (7), a bancada do DEM (ex-PFL) decidiu obstruir todas as votações do Senado que sejam conduzidas por Renan Calheiros, para forçar sua renúncia do cargo de presidente da Casa. O DEM tem esperança de conseguir colocar um oposicionista na presidência do Senado no caso de uma eventual saída de Calheiros.
Os ex-pefelistas consideram o PSDB como ''parceiro preferencial'' na articulação anti-Renan. ''A idéia é impedir que o presidente Renan presida as sessões do Senado'', explicou o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).
Decisão
O presidente Lula está em Tegucigalpa, em Honduras, na segunda parada de sua visita a cinco países da região, que começou no México, onde ele chegou no domingo à noite. De Honduras, Lula segue no fim da tarde desta terça-feira para Nicarágua. Depois, parte para Jamaica e Panamá.
O presidente disse que tem acompanhado pela imprensa a defesa do senador e que ''há dois meses não se fala em outra coisa''.
Segundo Lula, o caso tem dois caminhos a seguir: ''ou o Senado toma uma decisão ou envia para o Supremo Tribunal Federal (STF) tomar uma decisão a respeito'', afirmou.
E disse que não iria opinar sobre o caso. ''Um presidente da República, por mais importante que seja, não opina sobre o que vai acontecer no Supremo'', afirmou.
Da redação,
com agências