Eron quer o preso trabalhando e o pirarucu feito bacalhau
Manaus tem cerca de 2,6 mil detentos e, pelos dados do governo, cada um custa, por mês, R$ 1,6 mil, sem fazer nada. Com esse dado, a Sepror (Secretaria de Produção Rural) planeja criar um centro agrícola
Publicado 09/08/2007 19:35 | Editado 04/03/2020 16:13
Na mesma sessão, Eron anunciou várias outras medidas para o setor primário, garantindo que o setor “não tem problema, tem solução”. Sobre o que chamou de centro agrícola penal, Eron contou que está entendimento com o secretário de Justiça Sérgio Lauria para a idéia seja implantada. “O preso vai manter a família ao lado dele, vai sair da cadeia socializado e deixando de dar essa despesa para o Estado”, afirmou.
Para ser socializado, ter expectativa de vida, o detento precisa ter atividade, disse Eron que, no painel eletrônico, fez um ”relatório” do que já foi realizado pela Sepror e o que tem planejado. Um deles é a criação de fundo de fomento para aquisição de implementos agrícolas: ao invés de distribuição de motor de rabeta, por exemplo, o produtor rural poderá comprá-lo para pagar em cinco anos, sem juros ou correção.
Na prática, disse Eron, os implementos distribuídos de graça são vendidos depois. Outro é um fundo de aval, para evitar a burocracia hoje enfrentada pelo produtor rural na hora de fazer um empréstimo. Eron disse que a atuação da Sepror será de acordo com a base econômica de cada município, com instalação de agroindústrias para aproveitamento da matéria-prima. “Quem produz peixe, terá agroindústria de peixe”, exemplificou.
“Como Tefé tem a maior produção de castanha do Estado, ali será criada, logo, uma agroindústria, contou”. Eron disse que o Amazonas transformará o pirarucu em bacalhau, porque se trata de um processo e para isso será utilizada a reserva de Mamirauá, no município de Maraã. “Já está provado que o pirarucu dá o melhor bacalhau”, afirmou.
Afirmando que todas as ações do sistema Sepror têm como foco a melhoria de vida do produtor rural, Eron falou da intenção de instalar abatedouro flutuante para o jacaré, que já está sendo comercializado.
De acordo com levantamentos da Sepror, existem 16 milhões de jacarés no Amazonas, sendo um milhão na reserva de Mamirauá. O Ibama permite o abate de 20% desse total, mas Eron calcula que apenas 10% significa um ganho importante para o produtor, no manejo do jacaré. Os primeiros 200 quilos de carne de jacaré vão ser comercializados num supermercado de Manaus e depois deverá vendido em larga escala.
Fonte: Diretoria de Comunicação da ALE/AM