Salvador homenageia heróis da Revolta dos Búzios
No dia 12 de agosto de 1779 postes e residências de Salvador, capital da Bahia, amanheciam com os “boletins sediciosos”, onde escravos, alfaiates, soldados, artesãos, sapateiros e ex-escravos, no esteio da Revolução Francesa de 1798, clamavam pelo “fim da
Publicado 10/08/2007 23:17 | Editado 04/03/2020 16:21
Foram realizadas apresentações de fanfarras; corais; danças africanas; grupos de capoeira; interpretação cênica e apresentação da Banda Mirim do Olodum.
O busto de Manuel Faustino, um dos líderes negros da Revolta de Búzios, foi reinaugurado e reverenciados os bustos de Luís Gonzaga, Lucas Dantas e João
de Deus, localizados ns Praça da Piedade na região do Centro Histório da capital baiana.
O evento contou com a presença do secretário municipal de Educação e Cultura, Ney Campello, presidente da Câmara Municipal do Salvador, Valdenor Cardoso, vereadora Olívia Santana(PCdoB) e do presidente da Fundação Cultural Olodum, João Jorge. Segundo Campello, “não podemos esquecer da nossa história, dos nossos heróis. A revolta reuniu todos os que sonhavam e lutavam pela democratização e pela igualdade entre negros e brancos. Sem dúvida, foi um dos mais importantes movimentos libertários do país”, ressaltou.
A partir de 2005, a data de 12 de agosto é celebrada como o Dia Municipal
da Revolta de Búzios, tendo sido oficializada pela Câmara Municipal do Salvador, atendendo a um pleito da Secretaria Municipal da Educação e Cultura. Também em 2005, na capital baiana, começava-se a reescrever a história do Brasil, sempre contada nas salas de aula através da visão do colonizador europeu. Na ocasião, Salvador foi a primeira capital do país a implantar o ensino da História da África e da Cultura Afro-brasileira e Africana, conforme determina a Lei Federal 10. 639/03.
Também denominada Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates, o movimento era sepultado definitivamente em 8 de novembro de 1799, quando foram conduzidos à forca os quatro grandes líderes da revolta. Dentre os dizeres dos “boletins sediciosos”, os revolucionários conclamavam: “animai-vos, ó povo Bahiense, é chegado o tempo para a vossa ressurreição, sim para que ressuscitem do abismo da escravidão, para levantares a sagrada bandeira da Liberdade”.
De Salvador
Pedro Castro