Uma Central combativa e de luta

Por Uriel Villas Boas

A decisão de não mais integrar a CUT coloca a militância da CSC diante de um grande desafio. A atual conjuntura mostra um quadro extremamente complexo. O Governo Lula, do qual o P C do B faz parte, encontra muitos obstáculos para implementar procedimentos que em outras circunstâncias não exigiriam tanta mudança de rumo.


 


Para aprovar determinados projetos muitos “acordos” foram feitos e em vários casos a repercussão não foi muito positiva. Mas o Partido não se limita a defender o Governo. Faz propostas e quando necessário, apresenta críticas e cobra mudanças em encaminhamentos. Na CUT, ao longo dos últimos anos, não sentiu-se o reflexo do crescimento da CSC, ao assumir a direção de vários Sindicatos, que permitiria por sua vez, a indicação de nomes para determinadas áreas de atuação na Central sindical. Este seria o procedimento normal. Mas não se deu. Basta lembrar como se deu a colocação do dirigente  metroviário Wagner Gomes no cargo de vice-presidente depois do último Congresso. Chegou-se ao desplante de mudar o estatuto vigente, criando-se um cargo paralelo, para diminuir a importância da função a ser exercida pelo militante Classista. Uma situação que repetiu-se na eleição da atual direção da Confederação Nacional dos Metalúrgicos e no mesmo cargo ou seja, uma vice-presidência.


 



Sair da CUT não vai significar o confronto. Ao contrário, é a ocupação de um espaço diferenciado. Temos muitas críticas e sugestões no campo sindical. Que não pode ser uma linha auxiliar do Governo. Ao contrário, uma atuação eficiente leva à mobilização da massa operária, dando o respaldo para que Lula assuma posições diferentes no campo social.


 



Queremos uma nova linha na área econômica, que na forma atual atende aos interesses do grande capital. Exigimos ser ouvidos nas mudanças propostas na Previdência Social. A estrutura  sindical não pode continuar como está, sem a organização por local de trabalho, sem a negociação unitária de todas as categorias dentro de uma empresa. O salário-minimo  tem de atender ao disposto na Constituição Federal. Há muitos outros pontos a serem enfrentados na busca de uma Central efetivamente representativa e que não limite sua atuação às determinações da linha política ditada pelo Governo Federal.


 


A decisão da desfiliação foi tomada depois de muitos debates e avaliações, E se coloca pela frente a discussão sobre a Central Classista que queremos. A militância Classista vai ditar os rumos dentro do estilo democrático que sempre foi adotado nas várias instâncias partidárias.
 
 
Uriel Villas Boas – Coordenador da CSC – Baixada Santista