CSC chama encontro extraordinário rumo à central classista
Por unanimidade, os 65 membros da Coordenação Nacional Ampliada da Corrente Sindical decidiram, nesta terça-feira, 14, em Brasília, pela convocação de encontro extraordinário nos dias 28 a 30 de setembro, em Salvador. A perspectiva é que 500 sindicalis
Publicado 16/08/2007 19:01
Representando 16 estados e o Distrito Federal, os líderes sindicais, reunidos no CNTC, decidiram pela realização do encontro que irá debater a saída da CUT e a formação da nova central classista. “Estamos procurando ampliar a composição da central classista, trazendo sindicatos e lideranças de todas as tendências, interessados em compor com a gente, independentemente da concepção. Nossa única exigência é que queiram lutar pelos trabalhadores. Saímos animados com o nível de adesão da reunião”, disse Wagner Gomes, vice-presidente da CUT e membro da executiva nacional da CSC.
Ainda sem data e local marcados, está decidida também a realização de uma plenária unitária, nos próximos meses, envolvendo todas as correntes que pretendem ingressar na central. Tal instância decisória seria a prévia para o congresso, que deverá acontecer em meados de dezembro e que decidirá sobre o futuro da entidade classista.
Reconfiguração
Com relação ao cenário sindical nacional, os participantes falaram sobre a reconfiguração do movimento, que hoje conta com ao menos cinco grandes centrais. Um dos pontos ressaltados foi que a CUT, quando de sua criação, era um pólo de aglutinação e luta contra o neoliberalismo, caráter que, para alguns presentes, foi se perdendo ao longo do tempo.
A análise que tem sido feita nos fóruns de debate sobre a formação da central classista é de que, ao permitir a centralização do comando nas mãos de uma corrente majoritária, a CUT optou por uma política de hegemonismo, o que afastou as demais forças da condução da entidade, acabou alimentando a divisão interna e contribuiu para o afastamento das bases. “Além da questão do hegemonismo na CUT, há outras razões que nos fazem querer a formação de uma outra central. Entre elas está o fato de que dentro da CUT, não conseguimos ter visibilidade pública. É, portanto, uma forma de avançarmos também no diálogo com os trabalhadores”, disse Gomes.
Outro aspecto ressaltado durante a reunião foi a necessidade de se trabalhar pela construção de uma central realmente democrática e de não se opor à CUT. A intenção é que a Central Única dos Trabalhadores seja parceira preferencial na luta pelos direitos dos trabalhadores. A marca que os participantes da reunião pretendem imprimir à nova central é a de uma entidade que unifique o movimento sindical em torno de bandeiras comuns. “Achamos que a CUT joga e vai continuar jogando papel importante na sociedade e vai ser uma aliada prioritária em nossas ações, no sentido de uma unidade de ação permanente. Não estamos nos opondo à CUT”, enfatizou Wagner Gomes.
Mobilizações
Uma das idéias é que a central classista, uma vez criada, convoque uma nova Conferência Nacional das Classes Trabalhadoras, ocorrida pela primeira vez em 1981, quando se buscou a construção de uma central sindical única. O mote dessa nova Conclat seria a formação de uma mesa permanente das centrais, para se trabalhar conjuntamente bandeiras comuns do movimento sindical.
Quanto à agenda de mobilizações, ficou decidido que a CSC deverá se dedicar principalmente ao plebiscito de anulação do leilão da Vale do Rio Doce – marcado para os dias 1 a 7 de setembro – e à realização de seminário, dias 23 a 25 de agosto, em Brasília, envolvendo todas as forças que participam do esforço de construção da nova central. Além disso, os sindicalistas deverão concentrar forças também na Marcha das Margaridas, dias 21 e 22 de agosto, e na Jornada de Lutas pela Educação, encabeçada pela UNE.