UNE repudia entrevista de coronel a “Folha de S. Paulo” 

Na entrevista, o coronel diz que não se arrepende de ter espancado muitos estudantes e mostra todo o seu preconceito contra as mulheres numa bizarra declaração: “mulher não sabe correr de bomba e usa calça e sutiã de lycra, que são altamente inflamáveis”. Durante a invasão, seis estudantes mulheres ficaram gravemente queimadas por estilhaços de bombas lançadas pela PM.

Lúcia diz que “é inaceitável o modo como o coronel trata –com ironia, preconceito e descaso–, o ato de extrema violência ocorrido sob seu comando”. A presidente da UNE ainda alerta para o fato de que são posturas assim que alimentam as recentes agressões contra os estudantes na USP e na Fundação Santo André.

Leia abaixo a íntegra da carta:

Invasão da PUC

“Foi com assombro que vimos estampada na matéria 'Invasão da PUC marcou a redemocratização' a entrevista com o coronel reformado Erasmo Dias. Num momento em que o movimento estudantil sofre novos atentados, com truculentas ações da Tropa de Choque na USP e na Fundação Santo André, é inaceitável o modo como o coronel trata –com ironia, preconceito e descaso–, o ato de extrema violência ocorrido sob seu comando. É lamentável saber que persistem na sociedade pensamentos soberbos a respeito da ditadura militar. Respeitamos, sim, o contraditório, a diversidade de opiniões, mas nunca aceitaremos que agressores usem o espaço público das páginas dos jornais para tentar legitimar os seus atos durante um regime de exceção. A postura adotada por estes personagens apenas reforça o apelo a esse tipo de arbitrariedade que vem se tornando uma rotina perigosa na repressão aos defensores do direito à educação publica e de qualidade.

Lúcia Stumpf