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Garcia confirma pré-candidatura à presidência do PT

Após reunião de coordenadores da corrente mais numerosa do PT, a Construindo um Novo Brasil (CBN, ex-Campo Majoritário), o assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, teria confirmado seu nome como candidato à presidên

Segundo o secretário de Comunicação do PT e coordenador da corrente, Gleber Naime, o presidente do partido, Ricardo Berzoini (SP), voltou a recusar, ontem, o pedido feito por parlamentares –dos 83 deputados federais, 40 são da CNB– para que tentasse a reeleição. Berzoini alegou razões familiares para recusar a idéia.


 


Garcia também participou da reunião, ocorrida num hotel de São Paulo e, à saída, confirmou a pré-candidatura. Negou que a proximidade com Lula o prejudique: ''Não atrapalha. Ter o nome vinculado ao presidente é uma coisa muito boa. Que eu saiba, o presidente é filiado ao PT, foi eleito no PT. Mas eu não sou candidato do Planalto, quero deixar bem claro isso. Se eu fosse candidato, seria candidato de um grupo expressivo e hoje majoritário no PT''.


 


Embora conte com o apoio de grande parte do CNB, de Lula e até de correntes adversárias como a Mensagem ao Partido (liderada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro), Marco Aurélio terá que derrubar algumas resistências para viabilizar a candidatura. ''A primeira etapa será aglutinar o ex-Campo Majoritário e a segunda, dialogar com as demais correntes'', disse uma fonte palaciana ouvida pelo O Globo.


 


Os petistas que defendem o nome de Garcia argumentam que chegou o momento de se buscar uma abertura do partido para o mundo, numa visão globalizada que permita a aproximação com tendências políticas da Europa e também com o Partido Comunista da China. Com experiência consolidada nessa área, em cinco anos de
governo, Marco Aurélio é visto como o nome ideal para dirigir a entidade.


 


As maiores resistências vêm de setores da bancada petista na Câmara. Em reunião na semana passada, um grupo de deputados defendeu que a Presidência do PT continue nas mãos de um parlamentar. Alguns nomes foram cogitados, começando pelo da senadora Ideli Salvatti (SC) e passando pelos dos deputados André Vargas (PR), Carlos Abicalil (MT) e José Pimentel (CE).


 


Além de Marco Aurélio, outros dois nomes do Palácio do Planalto foram sondados: o ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) e o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho. O presidente liberou apenas Marco Aurélio para a disputa, dizendo que não poderia abrir mão de Dulci e Carvalho no governo.


 


Nos dias 6 e 7 do próximo mês, em São Paulo, os integrantes do Construindo um Novo Brasil vão realizar seminário para confirmar o nome do candidato


 


O quadro sucessório no PT só deve se definir na reunião do diretório nacional do partido marcada para os dias 5 e 6 de outubro. O prazo de inscrições de candidaturas acaba no dia 9 de outubro. Até agora, os únicos nomes confirmados são os do secretário de Relações Internacionais, Valter Pomar, da corrente Articulação de Esquerda, e do deputado federal Jilmar Tatto (SP), do PT de Lutas e Massas.


 


O Processo de Eleições Diretas (PED) acontecerá nos dias 2 e 16 de dezembro. A espectativa do partido é que 400 mil filiados participem da eleição.


 


Da redação,
com agências