Renan guarda distância de votos do PMDB contra o Planalto
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), desmentiu nesta quinta-feira (27) qualquer ''conexão'' com a decisão do PMDB de derrubar na sessão plenária da véspera a criação da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, a ser ocupada por Mangabeira
Publicado 27/09/2007 13:24
''Eu queria, definitivamente dizer que essa questão do PMDB de ontem não tem nenhuma conexão com a minha questão. Muito pelo contrário. O PMDB fez uma reunião com todos os senadores, discutiram questões do partido, da bancada do partido, não tem absolutamente nada a ver comigo'', garantiu Renan, referindo-se aos processos de quebra do decoro parlamentar a que responde na Comissão de Ética do Senado.
''Sou presidente do Senado''
''Não sou eu quem fala pelo PMDB. Eu sou presidente do Senado, não sou líder do PMDB, não sou porta-voz do governo nem líder da oposição. Sou presidente do Senado. Os 12 senadores que votaram daquela maneira, pelo que se concebe de política, quiseram dar um balizamento com relação a alguma questão. Mas isso é uma questão da bancada do PMDB. Eu, Sarney, Roseana, Romero Jucá fomos informados de última hora, quando a decisão já estava tomada pela bancada'', disse ainda Renan.
Renan disse que ainda não conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o destino da Secretaria e dos cargos foram extintos. A Secretaria de Planejamento de Longo Prazo da presidência da República pretende desenvolver o pensamento estratégico do governo. Foi confiada a Mangabeira Unger, filósofo e ex-coordenador da campanha presidencial de Ciro Gomes nas eleições presidenciais de 2002.
Protesto contou com 12 dos 19 peemedebistas
Conforme o noticiário da imprensa, a ''rebelião'' do PMDB no Senado foi articulada em um jantar, na terça-feira, na residência do senador Valter Pereira (PMDB-MS). No total, 12 dos 19 senadores do partido fizeram duras críticas ao Palácio do Planalto e à postura de petistas favoráveis ao afastamento de Renan da presidência do Senado.
Na noite desta quarta-feira, a bancada do PMDB votou contra a aprovação da medida provisória que criou a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo. Os votos dissidentes peemedebistas somaram-se aos da oposição. A rejeição da MP obriga o governo a extinguir a secretaria, além de exonerar 626 funcionários contratados pela medida.
Conforme a Folha Online, os senadores peemedebistas '' também quiseram dar um claro recado ao presidente Lula de que não estão satisfeitos com a postura de petistas como Aloizio Mercadante (PT-SP) e Tião Viana (PT-AC) que, publicamente, defendem o afastamento de Renan da presidência do Senado''.
CPMF: ''Você não pode é deixar de votar''
O presidente do Senado afirmou na entrevista que tem ajudado como pode o governo, a governabilidade e o país. Disse que continuará ajudando e que, se o PMDB quis dar ao presidente Lula sinais de insatisfação com alguma coisa, ele desconhece essa circunstância. Em sua opinião, assim como não lhe cabia fazer nada, ao líder Valdir Raupp (PMDB-RO) cabia seguir a orientação majoritária da sua bancada, para não comprometer sua própria liderança.
Renan comemorou a prorrogação da CPMF pelo plenário da Câmara. Avaliou que é uma medida de interesse do Brasil e que só uma pessoa sem juízo desconheceria sua importância.
''Você pode aprimorar a CPMF, acenar no sentido de baixar a alíquota no futuro, rever procedimentos de compartilhamento com estados e municípios. Você não pode é deixar de votar a CPMF. Votar contra a CPMF significa acabar com o Bolsa-família, significa acabar com a estabilidade, que gera empregos e inclusão social'', destacou. Para ele, a matéria será aprovada também no Senado, onde haveria o entendimento de encarar de forma suprapartidária tudo que é de interesse do Brasil.
Com Agência Senado e agências