Governo Serra não vê relação entre salário de professor e qualidade de ensino

Maria Helena Guimarães Castro, a secretária de educação do governo estadual, não vê correspondência entre o valor dos salários pagos aos professores e a qualidade do ensino na rede pública do estado.

Foi o que a secretária disse à Folha de S. Paulo, em repercussão da matéria publicada ontem (15) pelo jornal, revelendo que o Acre paga salários 39% maiores aos seus docentes do que São Paulo e teve melhoria de 13,8 pontos em seus resultados no Saeb. “O quadro mostra, com clareza, que não há relação direta entre salário e qualidade de ensino, embora a questão seja fundamental para a valorização dos professores”, afirmou.


 


Não é o que pensa a professora Francisca Pereira da Rocha, secretária de políticas sociais da Apeoesp. “Ele [governador] não atende as reivindicações da categoria – plano de carreira, incorporação das gratificações. Não cumpre nem a data base. É claro que isso impacta negativamente na motivação do professor e na qualidade de ensino”, afirma.


 


Maria Helena ainda salientou que o Acre teve a melhoria em virtude da continuidade de sua política educacional desde o começo da década de 90. No entanto, esqueceu-se de mencionar que o PSDB governa o estado de São Paulo, ininterruptamente, desde 1995. Portanto, a “continuidade administrativa” não deveria ser problema para a gestão José Serra.


 


O governador, por sua vez, disse que a reportagem ignorou as gratificações dadas, alegou que São Paulo paga o que pode a seus docentes e ironizou outro estado que remunera seus profissionais melhor, o de Alagoas: “o estado de Alagoas quebrou por algum motivo. Não estou dizendo que foi especificamente esse assuntou”, emendou.


 


Sobre as gratificações, a dirigente sindical dispara: “além de não conceder reajuste salarial nenhum, o governador está, através das gratificações, privilegiando os postos de chefia dentro da escola”, diz Francisca.


 


Com informações da Folha de S. Paulo