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Brasil e Chávez marcaram debate internacional na eleição Argentina

O Brasil e o presidente venezuelano, Hugo Chávez, marcaram o debate sobre temas internacionais durante a campanha eleitoral argentina. No discurso de lançamento de sua campanha, em julho, na cidade de La Plata, a primeira-dama e senadora Cristina Fernánde

Cristina fez também referência à Embraer como uma das empresas símbolos da indústria nacional brasileira.


 


Esta semana, poucos dias antes das eleições presidenciais deste domingo, a candidata não respondeu à pergunta de dois jornalistas do programa “A Dos Voces”, da emissora TN (Todo Noticias), sobre o que achava da venda de empresas argentinas para companhias brasileiras.


 


A pergunta reflete um assunto que, nos últimos tempos, não sai das páginas dos principais jornais argentinos. “Nossa indústria precisa continuar crescendo, sendo ampliada”, disse Cristina.


 


Durante a campanha, Cristina e o presidente Néstor Kirchner inauguraram uma fábrica brasileira de tênis, na localidade de Chivilcoy, na província de Buenos Aires. Foi quando Kirchner disse pela primeira vez, no palanque: “Já podem chamá-la de presidenta”.


 


Modelo


 


O Brasil foi lembrado pelos principais presidenciáveis e seus assessores, em diferentes entrevistas, como um modelo a ser “admirado”.


 


O ex-presidente do Banco Central Alfonso Prat-Gay, que apóia a candidata Elisa Carrió, da Coalizão Cívica, afirmou num programa do canal 5 de televisão: “É preciso uma política econômica séria com crescimento econômico sustentável de longo prazo. Vejam como o Brasil vai bem. O Brasil tem estabilidade econômica, e nosso crescimento não é sustentável”.


 


Segundo Prat-Gay, a preocupação é que a Argentina esteja “seguindo os passos da Venezuela”, com uma política de gasto público alto e inflação alta.


 


Carrió, por sua vez, disse mais de uma vez que o Brasil é “um aliado estratégico” para a Argentina.


 


O ex-ministro da Economia Roberto Lavagna, candidato pelo UNA, foi mais cauteloso ao dizer apenas: “O Brasil é um sócio importante para a Argentina”. Mas fez questão de destacar que defende uma política econômica bem diferente da brasileira, com dólar alto.


 


Chávez


 


Para Carrió e Lavagna, porém, de acordo com seus assessores, o governo Kirchner esteve “muito próximo” de Chávez.


 


Para eles, não teria sido necessário que o líder venezuelano realizasse, por exemplo, um comício em Buenos Aires durante visita do presidente americano George W. Bush à região, este ano.


 


As críticas à aproximação com Chávez, feitas pelos principais candidatos da oposição, não foram acompanhadas pela candidata oficial.


 


Nas poucas vezes que citou a Venezuela e o governo de Chávez, Cristina disse que Venezuela e Bolívia são importantes para a região.


 


E quando questionada sobre Chávez, respondeu com uma referência ao líder russo: “Não se pode pensar uma Europa sem Putin”. Para ela, os demais países da região – e Estados Unidos também – dependem da energia venezuelana e boliviana.


 


Ao mesmo tempo, como observou o professor de relações econômicas internacionais da Universidade Di Tella, Julio Nogues, Cristina criticou, em algum momento da campanha, “o excesso de militarização” do governo Chávez.


 


A declaração foi interpretada como uma crítica ao modelo venezuelano. E levou este e outros analistas da área internacional a interpretarem que, caso seja eleita, a candidata poderia optar por uma relação “mais pragmática” com Chávez do que a que foi mantida pelo seu marido.


 


Fonte: BBC Brasil