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Parlamento suíço derruba líder xenófobo

Na sessão conjunta das duas câmaras do parlamento, destinada à reeleição dos governantes do país, os sete ministros do Conselho Federal, um deles, o ministro da Justiça, foi derrotado.


 


Por Rui Martins

Trata-se do milionário líder do Partido do Povo, Christoph Blocher, comparado por sua política com o austríaco Jorg Haider e com o francês Le Pen. Ainda há alguns meses, a campanha eleitoral do Partido do Povo tinha ganhado manchetes e espaço na mídia internacional por seu racista. O cartaz da ovelha negra expulsa da Suíça por duas ovelhas brancas ficou conhecido em todo o mundo.



Essa teria sido a gota d´água que o levou à derrota. Enquanto o Partido do Povo aplicava sua política anti-imigração e anti-estrangeiros, dificultando a naturalizações até mesmo de filhos e netos de estrangeiros nascidos na Suíça, acusando os estrangeiros de todos os males internos como o de uma nascente e mal percebida insegurança, e se tornava o primeiro partido suíço, havia uma certa complacência.



Porém, quando sua campanha xenófoba  comprometeu a imagem da Suíça no exterior, os políticos do centro, da esquerda e verdes ecologistas decidiram intervir. Fora isso, o governo suíço goza de prestígio no Exterior por seu sistema de concordância entre os partidos. Ora, Chistoph Blocher era o ministro ovelha negra do governo, quebrando a colegialidade, abusando de provocações e ameaçando tornar o clima político suíço igual ao dos outros países.


 


O líder do Partido Verde, Luc Recordon, artesão do acordo contra Blocher, não deixa dúvidas quanto ao significado da derrota de Bloche:”Se eu não tivesse receio de ser grandiloquente, seria inclinado a dizer que o Parlamento lavou hoje, em parte, a honra da Suíça. Seja o que for, a Suíça política não será mais a mesma depois que o parlamento reencontrou a coragem de dizer Não ao senhor Blocher e à sua linha política”.



“Neste país damos a impressão de sermos muito tranquilos, mas podemos ter a coragem de tomar decisões bastante rudes”, completou.


 


Christophe Darbellay, presidente do Partido Democrata-Cristão, que unido aos socialistas e verdes fez cair Blocher, quer uma força de centro, sem extremismos, para governar o país.



“Esta é a afirmação que existe na Suíça, entre a esquerda e a direita nacionalista uma força política clara, com seu perfil, que sabe também usar da estratégia, que sabe fazer política, que suscita emoções e essa força vai permitir que o país avance”.