Trabalhadores rurais ocupam sede do Incra para cobrar ações
Centenas de trabalhadores e trabalhadoras rurais sem terra, de diversas regiões do Estado, ocuparam nesta terça-feira (12/12), por tempo indeterminado, a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O objetivo da ocupação é cobrar
Publicado 14/12/2007 12:09 | Editado 04/03/2020 16:21
Os ocupantes, que atuam em conjunto com a secretaria de Política Agrária da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado da Bahia (Fetag), também visam sensibilizar os governos estadual e federal sobre a importância da reforma agrária no desenvolvimento do país.
Entre as principais exigências estão a agilidade nas vistorias das propriedades rurais, a emissão dos termos de posse de terra e as obras de infra-estrutura nos assentamentos. No início do ano, o Incra iria vistoriar 440 propriedades rurais, impedidas por um longo período de greve no órgão. Com o fim da greve, a Fetag/BA negociou junto ao Incra a realização de 14 vistorias, mas elas também não foram realizadas. Segundo o Superintendente Regional do INCRA, Luís Gujé Fernandes, as vistorias não foram realizadas porque depois da greve, o órgão encontrou dificuldade em montar uma equipe técnica.
O trabalhador rural Gideval da Silva Rocha, que veio do Assentamento Galiléia, localizado no município de Poções, na Região Sudoeste do estado, conta que o assentamento ainda não possui sistema de abastecimento de água, nem posto de saúde, e que com isso cerca de 70 famílias são prejudicadas. Os manifestantes prometem não sair do Incra enquanto, pelo menos, 50% dos itens da pauta de reivindicações não forem aprovados. Atualmente a Fetag/BA acompanha mais de 10 mil famílias distribuídas por mais de cem assentamentos em toda a Bahia, e cerca de 3 mil famílias estão acampadas, sob a sua coordenação, aguardando a legitimação das terras.
De Salvador,
Simone Carvalho