Polícia Civil está sem receber por hora extra no RS
Policiais civis do Rio Grande do Sul estão desde Setembro sem receber as horas extras. O governo estadual afirma que o atraso se deve à crise financeira do Estado e se comprometeu em acertar os adicionais pendentes neste mês, o que segundo os trabalhad
Publicado 09/01/2008 11:55 | Editado 04/03/2020 17:12
O diretor de Interior do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia (UGEIRM), Luiz Felipe Teixeira, relata que os policiais civis estão indignados com o não-pagamento das horas extras. Ele também reclama da cota de apenas 17 horas extras mensais para cada policial, imposta pelo governo desde Agosto. Muitos trabalhadores, relata Luiz Felipe, chegam a ter de trabalhar até 40 horas a mais por mês devido à falta de pessoal, mas só podem registrar as 17 horas permitidas pelo governo.
“O pessoal está indignado, porque trabalha muito mais do que as 17 horas autorizadas pelo governo. A sobrecarga de trabalho é enorme, para um efetivo que hoje está reduzido em 50%, além das condições de trabalho que são precárias. E além disso tudo, ainda as poucas horas que os trabalhadores têm direito o Estado não paga?”, questiona.
O tema será debatido no próximo dia 17, em reunião da categoria com a governadora Yeda Crusius. Além do não-pagamento dos adicionais, os trabalhadores também irão pautar a aposentadoria especial que não é reconhecida pelo Estado, o aumento na matriz salarial e a nomeação de novos escrivães. Outro problema que afeta diretamente os policiais civis é o quadro defasado de pessoal e a infra-estrutura precária de viaturas e delegacias, já denunciados pelos trabalhadores na Assembléia Legislativa.
“As viaturas estão todas sucateadas, computadores não têm. Em uma delegacia de Bagé, por exemplo, o colega teve de levar o computador de casa e ainda comprar cartuchos para poder fazer seu trabalho. Tem o caso de Santa Maria, onde 17 colegas adquiriram leptospirose por falta de condições de trabalho na delegacia. Em Frederico Westphalen, policias tiveram que fazer uma armação de ferro para segurar o teto da delegacia. Se tivéssemos que trabalhar com as condições oferecidas pelo Estado, não conseguiríamos”, afirma.
Agencia Chasque