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Desfile do Rio Fashion é inspirado em Evita Perón

Inspirado em Eva Perón e nos anos 40 e 50, o estilista Luciano Canale, da Santa Ephigênia, fez um belo desfile na manhã desta quinta-feira (10), no Jockey Club Brasileiro, na Gávea, zona sul. O inverno de Canale terá saias ora armadas ora bem ajustadas, a

O clima de Hollywood Porteño – como o desfile foi batizado – ficou realçado pela trilha de tangos. As moças calçavam sandálias de salto afunilado e plataforma, com delicados cristais nas fivelas. “O plataforma é confortável e o salto afunilado mantém a elegância”, disse a design de sapatos Roberta Wright.


 


A coleção foi aplaudida em diversos momentos da apresentação e, por fim, as convidadas fizeram questão de se levantar quando Canale apareceu, com uma camiseta com a inscrição “Love Marco”. O desfile foi dedicado ao seu companheiro, Marco Maia, morto em outubro do ano passado. “Foram dois meses muito difíceis. Mas quando a coleção se concretizou e ontem eu vi as meninas lindas, maravilhosas, não tive como segurar a emoção”. Ainda desfilam hoje Virzi, Coven, Cantão, Têca, Drosófila e TNG.


 


Evita Perón


 


Maria Eva Duarte nasceu em Los Toldos, província de Buenos Aires, em 1919. Ela, sua mãe – Juana Ibarguren – e seus quatro irmãos formavam a família irregular de Juan Duarte, que morreu quando Evita tinha seis ou sete anos. Nessa época, mudaram-se para Junín, onde Eva permaneceu até 1935.


 


Sentia-se asfixiada pelo ambiente de cidade do interior e então, com apenas 15 anos, decide se mudar para Buenos Aires em busca de ser atriz. Sozinha, sem recursos nem educação, enfrenta-se com um mundo hostil e difícil, cujas regras desconhece. Mas triunfa: chega a ser atriz de certo nome, apesar de não ter maiores dotes teatrais, a sair em capas de revistas e a encabeçar um programa de rádio muito escutado.


 


Mas seu destino era outro. Em janeiro de 1944, Eva Duarte conhece o coronel Juan Domingo Perón num festival que a comunidade artística realizava em benefício das vítimas de um terremoto que havia destruído a cidade de San Juan poucos dias antes.


 


No mês seguinte, já estavam morando juntos e dois anos mais tarde regularizam a relação, contraindo matrimônio numa cerimônia íntima e que não transcende ao público.
 


Em fevereiro de 1946, após uma campanha eleitoral na qual a presença de Evita foi marcante, Perón é eleito presidente. A oposição transferiu a ela a antipatia e a rejeição que sentiam por Perón. A ascenção vertiginosa “dessa mulher” foi para esses argentinos um motivo mais de repúdio.


 


No seu papel primeira-dama, Eva Perón desenvolveu um trabalho intenso, tanto no aspecto político quanto no social. No que diz respeito à política, trabalhou intensamente para obter o voto feminino e foi organizadora e fundadora do ramo feminino do movimento peronista. Esta organização se formou recrutando mulheres de distintas extrações sociais por todo o país. As dirigentes da nova agrupação receberam o nome de “delegadas censistas”.


 


Carisma


 


No aspecto social seu trabalho se desenvolveu na Fundação Eva Perón, mantida por contribuições de empresários e por doações que os trabalhadores faziam quando tinham uma melhora em seus salários. Criou hospitais, lares para idosos e mães solteiras, dois policlínicos, escolas, uma Cidade Infantil. Durante as festas de fim de ano distribuia sidra e panettone, socorria os necessitados e organizava torneios esportivos infantis e juvenis.
 


O outro bastão e talvez eixo principal de sua popularidade foi constituído em torno dos sindicalistas e da sua facilidade e carisma para conectar-se com as massas trabalhadoras, às quais ela chamava de seus “descamisados”.


 


Eva Perón faleceu no dia 26 de julho de 1952, sendo ainda muito jovem, por ocasião de uma leucemia. A dor popular não a abandonou num velório que durou 14 dias, e não a abandonaria jamais. No imaginário popular, Evita é para muitos uma santa.