Velho jeito de governar: publicidade, ao invés de investimentos
Seguindo à risca o modelito neoliberal de Minas, o governo do Estado lançou edital de licitação para publicidade no valor de R$ 92,9 milhões para 2008. Esta é uma tentativa de minimizar os baixíssimos índices de aprovação de seu governo, considerado, a
Publicado 19/01/2008 15:33 | Editado 04/03/2020 17:12
A inspiração veio de Aécio Neves, que gastou, no primeiro mandato, mais em publicidade do que em educação. A idéia é destinar cerca de R$ 92,9 milhões para 2008. Seis agências serão escolhidas até o dia 31 de janeiro. O projeto inclui uma campanha-piloto focada na crise que o estado enfrenta, mas que não impediu os gastos com a reforma do Centro Administrativo, local escolhido pela governadora para trabalhar, após as sucessivas e constantes manifestações de servidores e da população em frente ao palácio.
Um dos destaques do plano publicitário será o déficit orçamentário, de cerca de 1,3bilhões este ano, valor que representa cerca de 25% das isenções fiscais da indústria gaúcha. A campanha será voltada para as classes C e D, para quem procurarão mostrar um governo preocupado com o saneamento fiscal e recuperação econômica, o que justificaria o não investimento em infra-estrutura, saúde, educação e segurança.
Deste valor total, cerca de 15% serão para propaganda direta do gabinete da governadora e secretarias. O resto será campanha indireta, através da promoção de estatais (CEEE, BANRISUL, CORSAN) e campanhas institucionais.
A iniciativa do governo tem justificativa: Iniciar um ano eleitoral, no qual a disputa de projetos será evidente. Com alta rejeição da população, poderá comprometer irremediavelmente o projeto neoliberal e direcionar o povo porto-alegrense para uma candidatura de esquerda.
Regina Abrahão
Diretora SEMAPI RS