Manifesto pede segurança na Praia de Iracema

Em virtude do aumento desenfreado da violência no entorno do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, um grupo de artistas decidiu se unir e fazer um movimento com o objetivo de conquistar mais segurança para os habitantes da região. O documento onde são c

Prezados Amigos da arte,


 


Desde o nascimento do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em 1999, foi se criando no entorno vários espaços artísticos alternativos e que vêm ao longo dos anos contribuindo de forma positiva para a formação de um movimento artístico que contribui com a realização, a formação, a democratização e o acesso à arte na comunidade que nos cerca e na cidade de Fortaleza.


 


 


São espaços como Alpendre Espaço Cultural, Teatro da Boca Rica, Teatro da Praia, Teatro Radical, Atelier de artes plásticas, SESC – SENAC Iracema e mais recentemente o Café Teatro das Marias, todos tendo em suas programações a presença constante de professores, artistas e críticos de arte de reconhecido trabalho em níveis local, nacional e internacional, a exemplo do grupo Lume – Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas da UNICAMP (Campinas-SP) , Roberto Pereira (crítico de dança do Jornal do Brasil e coordenador da graduação em dança da UniverCidade- RJ), Helena Katz (crítica de dança do O Estado de São Paulo-SP), Milton Paulo (bailarino e terapeuta residente na Bélgica), Tato Taborda (músico carioca), entre tantos outros que vêm freqüentando este pedaço da Praia de Iracema ao longo dos últimos dez anos. Somente na VI Bienal Internacional de Dança do Ceará, realizada em outubro de 2007, tivemos um público de 600 pessoas por dia no Café Teatro das Marias.


 


 


A luta pela manutenção desses espaços é difícil, mas vimos com esforço mantendo-os vivos. Mas a violência do arredor nos chega mais forte, e nossa luta parece desleal, pois enquanto lutamos com sonhos, arte e sutileza, o que só na arte encontramos, essa violência vem armada, e cheia de artimanhas pra nos atacar. Estamos constantemente tendo nossos espaços invadidos.


 


 


Não agüentamos mais, precisamos de segurança nesse arredor, segurança que compete aos órgãos governamentais nos dar. Como lutar com arte contra armas de fogo? Como ganhar uma batalha por formação de qualidade quando a violência deforma nossas almas e nossos espaços?


 


 


Por isso resolvemos pedir a ajuda dos senhores, no  tocante a termos um suporte maior para garantir a integridade e segurança de nossos professores, artistas, freqüentadores, alunos e profissionais convidados que usufruem dos serviços que oferecemos nesses espaços. Não conseguiremos sozinhos enfrentar a violência que nos rodeia e por vezes chega a querer nos impedir de trabalhar no local que escolhemos. Juntos, comunidade, artistas e Governos Estadual e Municipal, poderemos vencer essa  dificuldade que nos envergonha.  Contamos com a sensibilidade dos órgãos competentes para pensarmos juntos um plano de segurança para o entorno do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura que é um dos cartões postais de Fortaleza.