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Tarso Genro: especulações sobre dossiê são indecentes

O ministro Tarso Genro (Justiça) reforçou nesta segunda-feira a negativa de que o governo tenha produzido qualquer tipo de dossiê com informações que comprometeriam o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no uso irregular de cartões corporativos. Tarso

O ministro informou que a Casa Civil está realizando sim um levantamento de dados públicos que podem vir a ser solicitados pela CPI dos Cartões Corporativos, mas que qualificar este levantamento, legal e necessário, como dossiê é um absurdo.


 


“O dossiê não existe. O que existe é um trabalho que está sendo feito pela Casa Civil a pedido do Tribunal de Contas [da União] e na expectativa de a própria CPI para oferecer os dados que são dados universais que podem ser requisitados pela comissão”, afirmou.


 


Segundo Tarso, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva “não trabalha com dossiês”. “É indecente pensar que alguém possa fazer um dossiê para tratar de um assunto dessa seriedade, dessa responsabilidade, onde o governo tem toda tranqüilidade para tratar”, disse.


 


Reportagem da revista “Veja” divulgada na última terça-feira informa que um suposto dossiê estaria sendo usado para intimidar a oposição na CPI dos Cartões Corporativos. A Casa Civil também negou a existência do documento sobre os gastos de FHC.


 


Nos bastidores de Brasília, desconfia-se que a Veja, em conluio com a oposição, conseguiu acesso, de forma ilegal aos dados do Sistema de Suprimento de Fundos (Suprim) para forjar o dossiê numa tentativa de neutralizar qualquer eventual revelação sobre gastos irregulares ocorridos durante o governo Fernando Henrique. Outros dois objetivos da estratégia midiática-oposicionista é tentar forçar a divulgação dos dados sigilosos da presidência e, ao mesmo tempo, colocar a ministra Dilma Roussef na arena da crise.


 


O governo já decidiu investigar quem pode ter vazado as informações do Suprim. Se for constatado que algum jornalista ou alguém ligado à oposição subornou funcionários para ter acesso aos dados, um processo poderá ser aberto para responsabilizar os culpados.



Segurança Nacional



Tarso disse ser favorável à manutenção do sigilo sobre gastos da Presidência da República com cartões corporativos. A exemplo de parlamentares da base aliada do governo, o ministro argumenta que a revelação dessas informações sigilosas pode trazer prejuízo à segurança nacional.



“Eu acho que gastos secretos são gastos secretos em qualquer Estado, em qualquer país, de todos os governos, não só do presidente Lula”, afirmou.



A quebra do sigilo dos gastos da Presidência com cartões corporativos se tornou o principal embate entre governo e oposição na CPI. Tucanos ameaçam abandonar a comissão caso os governistas insistam em manobras que impedem a votação de requerimentos que pedem a quebra de sigilo. A CPI colocará em votação os requerimentos na próxima quarta-feira –prazo imposto pelo PSDB para definir se o partido vai abandonar a comissão, que foi criada a partir de uma solicitação do próprio PSDB.



Muitos analistas acreditam que, na verdade, a oposição percebeu que nada de novo ou comprometedor sairá das investigações que possa constranger o governo Lula e então prefere abandonar a CPI antes que as investigações avancem sobre o período FHC.



O DEM resiste à estratégia tucana de abandonar a comissão. Os demos avaliam que as investigações poderão ter avanços mesmo sem a quebra dos sigilos. “Nós vamos ter que nos reunir para decidir. Mas eu sempre sou contra a deserção porque algo sempre aparece nas investigações. Se abandonarmos a CPI de imediato, é tudo o que o governo gostaria”, disse o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).


 


Da redação,
com agências