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Lula elogia política de Chávez e defende Venezuela no Mercosul

Ao lado do colega venezuelano Hugo Chávez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou o presidente da Venezuela e disse que ele foi o maior responsável pelo acordo que encerrou o impasse diplomático entre Colômbia e Equador na OEA (Organização dos Est

“Quem foi o grande pacificador do conflito Colômbia e Equador? Foi exatamente o presidente Chávez”, disse Lula. “Por isso, ao ex-guerrilheiro, hoje pacificador, meus parabéns”, completou.



Lula e Chávez participaram de uma entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (27) para falar sobre o acordo fechado na noite anterior entre a Petrobras e a PDVSA, estatais petrolíferas, que estabelece as bases para a sociedade das duas empresas na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.



O acordo determina os termos da constituição da sociedade, inclusive participação acionária, definida em 60% da Petrobras e 40% da PDVSA. A Refinaria Abreu e Lima terá um investimento de US$ 4,05 bilhões e capacidade para processar 200 mil barris de petróleo pesado por dia, 50% do Brasil e 50% da Venezuela. O início de operação da refinaria está previsto para o segundo semestre de 2010.



Mercosul



Lula voltou a defender a entrada da Venezuela no Mercosul. “Todos nós queremos que a Venezuela seja membro definitivo do Mercosul. Todos nós. Pelo menos, dentro do governo e, certamente, dentro da sociedade brasileira. Mas nós temos que esperar o Congresso votar. Não há como o Poder Executivo impor a pauta ao Congresso”, afirmou Lula.



“Temos que juntos construir uma grande nação sul-americana capaz de competir do ponto de vista do petróleo e do gás e de todo o sistema de energia”, disse Lula, que também ressaltou a importância do acordo firmado na última quarta-feira, 26, entre a Petrobras e a petrolífera venezuelana PDVSA para a construção de uma refinaria de petróleo em Pernambuco.   



O presidente brasileiro disse acreditar que hoje os países do continente têm maturidade política para buscar juntos o desenvolvimento da região. Em uma crítica ao passado, Lula afirmou que os governantes latino-americanos eram cegos e mudos. “Como se falassem línguas diferentes”, disse. “É como a Torre de Babel. Todo mundo próximo, mas sem entender ninguém e disputando quem era mais amigo dos presidentes americanos”, afirmou.



Sobre o acordo entre a Petrobras e a PDVSA, Lula disse que a parceria mostra que as duas estatais deixaram de ser “misses vaidosas”, para se transformarem em empresas que pensam formas para o desenvolvimento da região.



Ressaltando a necessidade de uma maior integração, Lula disse que nas décadas de 70 e 80, quando era sindicalista, só viajava para os Estados Unidos e Europa e nunca para os países da América do Sul. “Sempre questionei por que nunca viajei à Argentina, Venezuela, Colômbia, Equador e Chile se em todos esses países havia sindicatos que pensavam como eu pensava”, afirmou.
 


“Nós não existíamos entre nós. Não tínhamos a auto-estima de sermos latino-americanos”, acrescentou Lula, ressaltando que a integração da América do Sul, com ou sem problemas, é irreversível.
 


Cidadão pernambucano



Chávez recebeu nesta quinta-feira o título de cidadão pernambucano. Ao final da cerimônia, Lula disse que “Chávez é tão pernambucano como eu. Ele pode se sentir tão pernambucano como eu, com a ressalva que não nasceu em Caetés, no agreste”.



Da redação, com agências