Presidente do PSDB adota discursos opostos e irrita Serra
O senador Sérgio Guerra (PE), presidente nacional do PSDB, deixou um rastro de irritação no Palácio dos Bandeirantes depois que manifestou duas opiniões diametralmente opostas na terça-feira. Ao governador José Serra e ao secretário de Relações Institu
Publicado 27/03/2008 16:03
“Haverá dois candidatos. Não estou mais apostando na conciliação”, disse Guerra à imprensa na oportunidade. A declaração causou surpresa, até mesmo porque Guerra está apoiando o candidato do DEM à Prefeitura do Recife, em Pernambuco, seu Estado. Para aquecer o clima quase hostil entre as duas alas, aliados de Alckmin marcaram um ato de apoio a sua candidatura para hoje e simpatizantes de Kassab marcaram outro para sábado. A manifestação pró-Alckmin foi marcada para um evento em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – que já se manifestou favoravelmente à candidatura de Kassab – fará uma palestra, em evento do partido.
A disputa entre Alckmin e Kassab joga uma forte pressão sobre Serra, figura máxima do PSDB em São Paulo. Além disso, assessores de Serra estão irritados com a intransigência de Alckmin ao resistir à abertura de negociações francas sobre uma possível conciliação. Do outro lado, Kassab e o ex-senador e ex-presidente do DEM Jorge Bornhausen estão cuidando de não fechar portas a um acordo e, dessa forma, facilitar as coisas para o governador paulista. Bornhausen esteve em São Paulo ontem e confirmou que o DEM está aberto à conciliação.
Mais do que a mera disputa entre Alckmin e Kassab, o que preocupa o Palácio dos Bandeirantes é uma possível intenção de detonar as pontes com o DEM, não apenas para implodir a candidatura Kassab, mas para favorecer outras potenciais alianças futuras. Apesar da contradição expressada pelo senador Sérgio Guerra, contudo, o Palácio dos Bandeirantes manterá o esforço para vencer o impasse, viabilizar apenas uma candidatura em São Paulo e preservar a aliança PSDB-DEM. Se esse esforço for bem-sucedido, haverá um ganho adicional: o bloqueio do que os serristas chamam de “alianças heterodoxas”, que estariam sendo tramadas em outros Estados, com vistas às eleições gerais de 2010.
Em ato, PSDB alckmista quer reforçar candidatura própria
Nesta quinta-feira, mais um lance da disputa Serra-Alckmin será dado. Um ato público em São Paulo levantará a tese de que a legenda sairá com candidatura própria às eleições municipais na capital paulista. Alckmin, vem trabalhando intensamente nos bastidores para que o partido não se bandeie para a campanha de Kassab.
O ato pró-candidatura própria, organizado pelos diretórios do PSDB na capital e pelos correligionários ligados ao ex-governador de São Paulo, está marcado para as 19h30, no bairro de Santa Cecília. Alckmin não estará no evento, pois já havia programado palestra em Ribeirão Preto, interior paulista. Além disso, sua participação no ato poderia ser interpretada pré-campanha e provocar reações dos adversários através de ações no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Os tucanos também promovem outro evento na capital, uma palestra do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, num hotel da região da avenida Paulista, prevista também para as 19h30. A coincidência de agendas chegou a gerar discussões internas a respeito do possível racha dos tucanos em São Paulo. Entretanto, dirigentes do partido alegaram que a palestra do ex-presidente, para arrecadar fundos para a nova sede do partido em São Paulo, já estava agendada há mais de 40 dias.
Da redação,
com agências