Argentina: Cristina espera fim de protestos para dialogar
O governo argentino espera que as organizações rurais ponham fim ao bloqueio patronal, que já chega a 16 dias, depois de terem sido abertas perspectivas de diálogo sobre o aumento de impostos sobre as exportações, criticado pelo setor.
Publicado 28/03/2008 15:51
O protesto, que entrou nesta sexta-feira no seu 16º dia, bloqueia estradas para chamar a atenção sobre uma alta nos impostos de exportação de soja e girassol, implementada recentemente pelo governo. Os produtores argumentam que perdem renda com essa política.
“Estamos esperando que no dia de hoje (sexta-feira) resolvam rapidamente sentar na mesa de negociação, porque há muitos pontos de divergência”, afirmou o ministro do Interior, Florencio Randazzo.
“Estamos esperando que as respectivas assembléias (de agricultores) decidam”, acrescentou.
Negociações
Em várias regiões do país, os produtores realizam reuniões para decidir qual será o próximo passo do movimento. “Queremos saber quais são as medidas que o governo pontualmente tem para avançar… queremos conhecê-las e depois iremos para as fazendas”, afirmou Guillermo Giannasi, dirigente da Federação Agrária Argentina (FAA).
Na quinta-feira, a presidente da Argentina, Cristina Fernández, pediu o fim da greve e chamou para o diálogo, em um discurso que teve repercussões entre os agricultores.
Algumas estradas foram desbloqueadas, mas outras permaneciam fechadas. “Espero que ao meio-dia de hoje ou na primeira hora da tarde estejamos reunidos com os ministros para trabalhar em uma agenda”, afirmou à Rádio Mitre Eduardo Buzzi, presidente da FAA.
A alta nos impostos de exportação busca reforçar o superávit fiscal do país e frear a escalada da inflação devido aos preços dos alimentos que ameaça a economia.
Da redação, com agências